Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Entre os dias 11 e 15 de abril, cerca de cinquenta jovens de comunidades camponesas de Pernambuco se encontrarão na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para estudar, refletir e debater sobre os principais desafios da juventude no campo na atualidade e suas formas de resistência. A atividade faz parte do curso de Residência Agrária "Juventude Camponesa: agroecologia e educomunicação", que é um espaço de formação, estudos e de troca de conhecimentos entre o campo e a academia no que diz respeito aos temas da questão agrária, agroecologia e educomunicação.

 

 

Na programação estão previstos debates sobre: Juventude Camponesa e Resistência Agrária; O projeto do Capital para a Juventude; Estratégias de Resistência da Juventude Camponesa, através de iniciativas como agrofloresta, organização política, produção e comercialização, grupos culturais; Desafios da Juventude Camponesa e sua relação com o feminismo, juventude Negra, sexualidade e educação universitária. Além dos debates, que contarão com a presença de professores e pesquisadores da UFPE, os jovens realizarão visitas ao Museu Cais do Sertão e intercâmbios em áreas de experiências agroecológicas, desenvolvidas pelo Serta, em Glória do Goitá. Os jovens também integração as atividades da Jornada Universitária pela Reforma Agrária, que ocorrerá na UFPE no mesmo período.

 

O curso "Juventude Camponesa: agroecologia e educomunicação" é realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Espaço Agrário e Campesinato (Lepec) vinculado ao Departamento de Geografia da UFPE. O curso conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Cnpq) e do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA/INCRA). Para o coordenador do curso e professor de geografia da UFPE, Claudio Gonçalves, experiências como estas permitem a universidade, nas suas diferentes instâncias, perceber que é necessário não somente preparar profissionalmente a juventude mas, além disso, aprofundar a formação humanista voltada para os valores da afetividade, solidariedade, espírito de cooperação e leitura política sobre o território. "A utopia de preparar o jovem para o futuro vem sendo substituída por um jovem que detém mais informações e busca ser sujeito no tempo presente. E este é um grande desafio para os professores e a universidade que nem sempre identificam este movimento. Assim, compreendemos um horizonte de possibilidades no encontro do saber popular com o saber acadêmico e no papel transformador que a ciência pode ter com estes jovens das várias comunidades e municípios de Pernambuco", afirma.

 

Sobre o curso:

 

O curso, iniciado em janeiro de 2015, funciona através da pedagogia da alternância e utiliza meios de comunicação diversos como ferramentas para o aprendizado das temáticas. Durante os períodos em que estão todos reunidos nos chamados módulos do Tempo Escola, os jovens dedicam-se ao estudo sobre o contexto agrário e as formas de resistência dos povos do campo. Os/as participantes já estudaram e debateram sobre a história das lutas camponesas no Brasil, o conceito de campesinato, de território, a atualidade da questão agrária no país, o modo de produção camponês, agroecologia e modo de produção capitalista. Até o momento, já foram realizados três Tempos Escolas, sendo este o primeiro a ser realizado na Universidade Federal de Pernambuco. O curso está previsto para se encerrar no final de 2016.

 

Durante o tempo em que estão nas comunidades, os jovens realizam diversas atividades de estudos e leituras. Os participantes também organizam diversos encontros de intercâmbios, troca de experiências entre comunidades, reuniões de debates e formação, além de atividades que fortalecem a organização da juventude e da comunidade. Desde que o curso foi iniciado, vários jovens passaram a se organizar em grupos no intuito de fortalecer as práticas de produção camponesa desenvolvidas por suas famílias. Para os agentes pastorais de CPT que acompanham as atividades, este é um dos fatores mais importantes do processo: quando a juventude camponesa assume o papel de protagonista na organização não somente de grupos de jovens, mas também da comunidade inteira; quando tomam para si a responsabilidade de transformar a realidade de conflitos junto com os demais membros da comunidade.

 

Além de discutir as temáticas relacionadas à questão agrária, os jovens também se dedicaram a estudar os mecanismos de constituição discursiva dos meios de comunicação de massa sobre as lutas camponesas. Mas não só isso, durante o curso, os jovens também se apropriam de ferramentas midiáticas para dar visibilidade ao modo de produção camponês e denunciar os crimes praticados contra as populações em seus territórios.

 

Serviço:

O que: IV Módulo do curso de formação "Juventude Camponesa: agroecologia e educomunicação"

Quando: De 11 a 15 de abril de 2016

Onde: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

 

Outras informações:

Comissão Pastoral da Terra

Renata Érica (81) 99639.7998

 

Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Rua Esperanto, 490, Ilha do Leite, CEP: 50070-390 – RECIFE – PE

Fone: (81) 3231-4445 E-mail: cpt@cptne2.org.br