Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Hoje na Casa de Farinha do IV Congresso Nacional da CPT foi produzido açúcar mascavo. Anselmo Oliveira Duarte é quem estava responsável por apurar o açúcar. Ele é assentado no município de Nova Brasilândia, em Rondônia, e militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Ontem, nesse mesmo local, dona Josefa torrou farinha d'água.

(Equipe de Comunicação João Zinclar - IV Congresso Nacional da CPT

Imagem: Douglas Mansur)

"O povo se adaptou muito ao açúcar branco, cheio de química. Aí esses produtos como o açúcar mascavo ninguém conhece", diz Anselmo. "Nós, do MPA, defendemos isso como Soberania Alimentar. O povo produz em casa. Não precisa ir ao supermercado comprar o produto industrializado", acrescenta.  

Enquanto mexia o tacho, Anselmo começou a explicar o processo de produção do açúcar. Segundo ele, após cortar a cana, ela precisa ser moída em menos de 36 horas. "O ideal é cortar e moer, senão ela azeda e aí não presta para fazer o açúcar mascavo", afirma. Enquanto isso, algumas pessoas já pediam o contato de Anselmo com intuito de marcar oficinas sobre a produção do produto em suas comunidades.

Bom, passado isso, ele continua a explicar que apenas a parte central da cana que é usada na produção do açúcar mascavo. "Se colocar broto novo ou outra parte da cana não dá o ponto. Não vira açúcar", ensina.

O pequeno agricultor conta que produziu uma apostila que contém a receita desse produto. É um material que ele faz questão de distribuir aos interessados. "O povo já perdeu a cultura dessa alimentação saudável. É uma luta constante de mudança de cultura alimentar. É um trabalho contínuo de reaprendizado alimentar".

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