A Tenda do Rio Pacaás Novos, um dos espaços de debate e apresentação de experiências durante o IV Congresso Nacional da CPT, acolheu três experiências narradas pelos próprios protagonistas dessas historias que, imbuídos pelo espírito de Rebeldia, têm enfrentado o projeto de exclusão e extermínio que a classe trabalhadora do campo vem sofrendo.
(Equipe de Comunicação João Zinclar - IV Congresso Nacional da CPT
Imagem: Joka Madruga)
Mas os relatos de experiências vividas e apresentadas por companheiros e companheiras do Piauí e Mato grosso mostraram que na luta do povo ninguém se cansa, pois quando os trabalhadores/as se organizam e ocupam terras que não estão cumprindo sua função social. E desse chão o povo camponês faz brotar alimentos saudáveis. Todavia, sofrem violações por parte de membros do Judiciário que, como relatado nas histórias, caminham lado a lado com os latifundiários, e despejam esses povos do campo.
Foi assim no Assentamento Rio Preto, do município de Bom Jesus do Gurguéia, e no Acampamento Boa Esperança, localizado às margens da Fazenda Araúna, no município de Novo Mundo, no Mato Grosso. Essas experiências foram partilhadas durante o segundo dia do IV Congresso.
Mesmo ambos tendo sofrido ações de despejo, os companheiros/as não desanimaram da luta e do sonho de conquistar um pedaço de chão. "Não podemos ter medo dos pistoleiros e das ameaças de morte", disse um camponês durante partilha das experiências.
Nesse mesmo espaço de debate, foi apresento ainda uma experiência sobre a Jornada de Agroecologica do Paraná, o que tem entusiasmado agricultores a resgatarem sua cultura e a pratica com sementes crioulas. Assim, têm surgido as feiras de sementes crioulas com objetivo de os agricultores trocarem saberes a cerca dessas "sementes que de tão especial estavam na pedagogia de Jesus", afirmou um participante.
Após a apresentação das histórias de luta, foi momento de ouvir a Fila Povo, espaço em que os trabalharoes/as, agentes e demais participantes compartilham suas opiniões. ‘’Com a semente crioula a gente planta e mete medo’’, gritou um trabalhador. Outro contou que tem 300 variedades de sementes crioulas plantadas em três hectares.