Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

No assentamento Florestan Fernandes, no município de Matriz do Camaragibe em Alagoas, agora é cena comum ver as crianças da escola, que leva o mesmo nome do assentamento, estarem com os regadores no cuidado de variadas espécies de mudas. Acompanhados pela equipe técnica do Centro de Capacitação Zumbi dos Palmares, entidade de Assistência Técnica e Extensão Rural, os Sem Terrinhas construíram e cuidam de um viveiro com cerca de 3 mil mudas dentro do assentamento.

 

Com atividades lúdicas de educação ambiental, toda a comunidade escolar vem participando desde o processo de construção até a manutenção do viveiro batizado com o nome de Chico Mendes. “São diversos tipos de mudas que temos aqui: medicinais, frutíferas, ornamentais e plantas nativas da região”, explicou Edilson Mendes, técnico em agropecuária do Centro Zumbi. Edilson conta que todo o trabalho foi realizado desde o início com a participação dos estudantes da Escola de Ensino Fundamental Florestan Fernandes, “fizemos gincanas, mutirões, trabalhos de campo e diversas atividades envolvendo as crianças do assentamento para que elas entendessem a importância do viveiro de mudas e do cuidar da natureza, valorizando a cultura e as raízes das crianças”.

 

O pequeno Alan José da Silva, de 9 anos, já pensa no futuro em poder trabalhar com a terra, “eu já gostava de ajudar a minha avó em algumas coisas na roça, mas agora eu aprendi a cuidar direito das plantas e do meio ambiente. E agora quero aprender mais para cuidar cada vez melhor da natureza”, disse. O trabalho coletivo esteve presente em cada passo de estruturação e manutenção do viveiro Chico Mendes e esses momentos de mutirão fizeram com que cada criança pudesse criar um sentimento de responsabilidade com as mudas. Nos mutirões, os Sem Terrinhas limpam, colocam água nas mudas e deixam o viveiro organizado, tudo sempre com muita diversão e com as instruções da equipe do Centro Zumbi que, entre uma muda e outra, iniciam a conversa sobre preservação das matas, das águas e de como as crianças coletivamente podem ajudar no cuidar da natureza, possibilitando, além da relação  direta das crianças com os bens da natureza, a divisão de tarefas, a responsabilização, ampliação e apropriação  da ciência e muita diversão. Roberto Galdino, gestor ambiental, que também acompanha o viveiro, destaca que muitas das mudas também são para reflorestamento das Áreas de Preservação Permanente (APP) e de reserva legal (RL) que estão degradadas pela monocultura da cana na região.

 

“Algumas variedades de plantas nativas que estamos cultivando vão servir tanto para o reflorestamento das reservas aqui da região, quanto para a preservação das nascentes e beiras de rios”, concluiu Roberto. No meio de tantas plantas diferentes, Gisele Verônica da Silva, de 10 anos, listou várias espécies que ela não conhecia antes de começar a construção do viveiro, dentre elas, a que ela mais gostou de conhecer foi a planta ornamental chamada de Flor do México, “além de conhecer plantas novas, agora eu sei como ajudar o mundo a não morrer. É fácil: cuidar da natureza e economizar água”, comentou a menina. Miliane Clarisse dos Santos, a Mili, de 9 anos, não poupa elogios à sua professora e sua turma da Escola Florestan Fernandes. A Sem Terrinha que pretende ser professora no futuro e já gosta de cuidar da natureza, quer ensinar para mais gente como cuidar das plantas. “Agora que estou aprendendo a cuidar do meio ambiente, quero poder ensinar para outras pessoas também”, contou.

 

 
Texto e fotos: Gustavo Marinho

 

 

 

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