Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

O bispo emérito da cidade de Goiás (GO), dom Tomás Balduíno, morreu na sexta-feira (2), às 23h30, em Goiânia, aos 91 anos. Ele ficou internado de 14 a 24 de abril no Hospital Anis Rassi, na capital do estado goiano. Ele chegou a ter alta hospitalar no dia 24, mas foi novamente internado no dia seguinte, no Hospital Neurológico, também em Goiânia, onde permaneceu até ontem, quando faleceu em decorrência de uma tromboembolia pulmonar.

 

 

A presidenta Dilma Rosseff lamentou a morte de dom Tomás Balduíno. "Foi com tristeza que soube da morte de dom Tomás Balduíno, incansável lutador das causas populares. Bispo emérito da cidade de Goiás, dom Tomás era um persistente", afirmou a presidenta em nota de pesar divulgada neste sábado.Na nota, a presidenta lembrou a atuação de Balduíno: "Personagem central na fundação da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), figura destacada na oposição ao regime militar, dom Tomás foi defensor intransigente dos direitos dos índios, dos trabalhadores sem-terra e dos mais pobres", disse. "Em nome do governo brasileiro, rendo, nessa hora de dor, minhas homenagens à vida de dom Tomás", finalizou a presidenta.

 

O corpo do bispo está sendo velado na Igreja São Judas Tadeu, no Setor Coimbra, na capital. O velório acontece no local até às 10 horas de domingo (4), quando ocorrerá uma missa. De lá, segue para a cidade de Goiás, onde será velado na Catedral até as 9h de segunda-feira (5). Dom Tomás Balduíno nasceu na cidade de Posse, em Goiás, no dia 31 de dezembro de 1922. É filho de José Balduino de Sousa Décio, goiano, e de Felicidade de Sousa Ortiz, paulista. Seu nome de batismo é Paulo Balduino de Sousa Décio. Ao se tornar religioso, o dominicano recebeu o nome de frei Tomás.

 

Em 1957, foi nomeado superior da missão dos dominicanos da Prelazia de Conceição do Araguaia (Pará), onde começou a conviver com a realidade de indígenas e camponeses. Na época, a Pastoral da Prelazia acompanhava sete grupos indígenas. Para desenvolver um trabalho mais eficaz com os índios, fez mestrado em antropologia e linguística na Universidade de Brasília, que concluiu em 1965. Estudou e aprendeu a língua dos índios xicrins, dos grupos Bacajá e Kayapó. Em 1965, foi nomeado prelado de Conceição do Araguaia. Na região atuou para impedir a invasão de áreas indígenas e a expulsão de pequenos camponeses por parte de grandes empresas agropecuárias.

 

Foi nomeado bispo da cidade de Goiás em 1967, onde permaneceu durante 31 anos, até 1999. Ao completar 75 anos, renunciou e mudou-se para Goiânia. Seu ministério episcopal coincidiu, a maior parte do tempo, com a ditadura militar (1964-1985). Dom Tomás teve papel importante na criação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em 1972, e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 1975. Foi presidente do Cimi, de 1980 a 1984, e presidente da CPT, de 1999 a 2005.

 

 

Fonte: http://www.brasil.gov.br

 

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