Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

"Porque nós pariremos uma nova sociedade, de novos homens e mulheres que não tolerem a injustiça, que não justifiquem a violência; lutaremos todas/os para defender a terra, a água, a alegria, a igualdade e a solidariedade de nossos povos”

 

A partir da experiência dessa I Escola Andina de Mulheres, nós, mulheres do campo, negras e indígenas, militantes e líderes das organizações da região andina da Cloc-Vía Campesina, convocadas em Quito, Equador, de 2 a 15 de julho, assinamos os seguintes compromissos:

 

- A importância da criação e da estruturação de espaços de formação que respondam à nossa cosmovisão andina e que nos permitam aprofundar na construção da proposta feminista camponesa e popular, a qual concebemos como um grande insumo para definir as mudanças socialistas que aspiramos. Nesse sentido, expressamos nosso rechaço ao capital e ao patriarcado que, historicamente, vêm nos oprimindo.

 

- Nesse espaço de formação, afirmamos a contribuição fundamental das mulheres em nutrir e sustentar a Soberania Alimentar de nossos povos, cuidando de nossas formas de vida, conservando as sementes e promovendo a agricultura camponesa como princípio do Sumak Kawsay.

 

- Com os insumos que recebemos nesse espaço de formação também nos comprometemos a continuar lutando pela reforma agrária integral que garanta o acesso das mulheres á terra.

 

- Nós, juntamente com nossos companheiros, lutaremos contra toda forma de violência para com as mulheres e continuaremos contribuindo com a Campanha Basta de violência às Mulheres, proposta em âmbito mundial pela Cloc-Vía Campesina, tanto internamente em nossas organizações, como dialogando com a sociedade organizada.

 

- Finalmente, nós mulheres lutadoras, expressamos nossa solidariedade com os povos em resistência na América Latina e no mundo. De maneira especial, com os genocídios que aconteceram em Cajamarca e Espinar (Peru) e em Cauca (Colômbia), que sofreram uma arremetida por sua luta na defesa dos bens naturais e pela Pachamama. Da mesma forma, denunciamos o golpe de estado no Paraguai e a perseguição vivida pelas companheiras e companheiros organizados.

 

Sem feminismo não há socialismo!

 

Mulheres do campo lutando pela Soberania Popular, pela Justiça, pela Vida e pela Igualdade.

 

Vejam foto: http://www.flickr.com/photos/cloc-viacampesina/page2/

 

Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

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