Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Diante da estiagem que castiga o interior do Estado e a falta de perspectiva de chuva, agricultores de Serra Talhada, no Sertão pernambucano, foram às ruas, ontem, exigir do poder público medidas de enfrentamento à seca. Cerca de 400 agricultores daregião se concentraram em assembleia, pela manhã, em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Serra Talhada. Participaram do ato também trabalhadores das cidades vizinhas de Flores, Santa Cruz da Baixa Verde, Triunfo e São José do Belmonte.

Os manifestantes reclamaram que as ações emergenciais não estão chegando a quem realmente precisa e não estão sendo realizadas medidas permanentes.

 

“Essa primeira manifestação foi para mostrar a insatisfação dos agricultores e dialogar com os gestores municipais e estaduais para saber quais são as iniciativas para enfrentar a estiagem”, explicou Rivaneide Almeida, coordenadora da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA).

Segundo ela, as medidas paliativas, como o envio de carrospipa, não está dando conta. “Há mais de 30 anos que a gentes está enfrentando a seca e as medidas ainda são emergenciais. Os carros-pipa não são suficientes para a demanda existente. As comunidades estão no limite da água”, destacou.

Segundo ela, na próxima quinta-feira, os agricultores pretendem realizar nova manifestação para pressionar ainda mais o poder público. Há informações de que os trabalhadores rurais pretendem fechar a BR-232 em protesto à falta de políticas públicas para enfrentar a estiagem.

Representantes do governo do Estado e da Prefeitura de Serra Talhada estiveram no ato de ontem e repassaram aos manifestantes as medida que estão sendo tomadas, entre elas o envio de novas máquinas para escavar poços artesianos na região.

De acordo com Flaviano Marcos, um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Serra Talhada, os agricultores estão preocupados. “No início de abril realizamos uma assembleia reivindicando água, alimentação para os animais, a escavação de poços e recuperação de barragens. Hoje (ontem) estamos reivindicando essas políticas, que não chegaram ainda”, detalhou.

Os 56 municípios do Sertão pernambucano já decretaram estado de emergência por causa da seca. No Agreste já são mais de dez cidades na mesma situação.

Para enfrentar a falta de chuvas, o governo do Estado criou o Comitê de Enfrentamento à Seca.

O Executivo também anunciou, há duas semanas, medidas emergenciais, como ampliação da oferta de carros-pipa de 590 para 800 e ativação de mil poços artesianos.

 Fonte : www.jconline.com.br

 

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