Em memória de Jaelson Melquíades, morto em 2005 por um consórcio de fazendeiros da região de Ouricuri, Zona Rural de Atalaia, centenas de trabalhadores rurais realizam nesta semana diversas atividades no município. O dia de sua morte, 29 de novembro, ficou marcado como o Dia Estadual de Luta Contra a Violência e Impunidade no Campo e na Cidade, celebrado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e demais movimentos sociais urbanos e rurais em Alagoas.
Os mártires da luta pela terra em Alagoas foram lembrados numa celebração mística realizada na quadra de esportes do povoado Ouricuri, contando com roda de capoeira, exibição de cinema, canções e depoimentos de companheiros das vítimas. Hoje, dia 29, uma grande caminhada irá percorrer as ruas da cidade de Atalaia, numa celebração que pede paz no campo, com a realização da Reforma Agrária.
Além do Jaelson, outros trabalhadores rurais assassinados por incomodar as elites e coronéis também serão lembrados: o Chico do Sindicato, assassinado em 1995, o José Elenilson, assassinado em 2000 (ambos em Atalaia) e o Luciano Alves, o Grilo, abatido em 2003 (em Craíbas). “Exigimos das autoridades a punição a todos os assassinos e mandantes. E ainda, a realização da Reforma Agrária como forma de combater a violência e garantir justiça social ao povo atalaiense, alagoano e brasileiro”, afirma Débora Nunes, dirigente do MST.
Em 29 de novembro de 2005, Jaelson (25 anos) foi brutalmente executado com cinco tiros quando se deslocava entre a área que hoje carrega seu nome e o assentamento onde morava sua mãe. Zé Pedro, indicado pela polícia como executor, continua foragido e o mandante, Pedro Batista (já falecido), nunca foi condenado em vida. A impunidade é a marca, quando o poder judiciário se porta de forma promíscua acobertando executores e mandantes, assumindo seu papel paternalista já que não raramente são das mesmas famílias latifundiárias.
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