Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Aproximadamente 1 bilhão de pessoas passam fome em todo o mundo. Para alertar sociedade e autoridades para essa situação, celebra-se, no domingo, o Dia Mundial da Alimentação. A data, instituída pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), já é realizada em mais de 150 países. Neste ano, o Dia Mundial da Alimentação tem como tema: “Preços dos Alimentos: da crise à estabilidade”.

 

Organizações e movimentos sociais de vários países já se preparam para promover atividades e mobilizações referentes à data. Na Guatemala, por exemplo, ativistas realizarão um jejum voluntário no domingo como forma de chamar a atenção sobre os efeitos da falta de alimentação adequada. Segundo informações da Procuradoria dos Direitos Humanos (PDH), somente no ano passado, 6.575 guatemaltecos e guatemaltecas morreram em consequência de problemas relacionados à fome.

 

Entidades de outros países também preparam atividades e mobilizações. Integrantes da Articulação Continental dos Movimentos Sociais para Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) – capítulo Argentina – realizaram, na tarde desta sexta-feira, uma manifestação na Praça Congresso até o Obelisco, em Buenos Aires.

A ação teve o objetivo de denunciar a mercantilização dos recursos naturais e reivindicar o direito à soberania alimentar e à vida. “Lutamos contra a cultura das sementes transgênicas e contra os processos de concentração de terra. Denunciamos também a perseguição e a repressão de nossas comunidades indígenas e camponesas que resistem ao avanço do capital privado sobre nossas terras sob o amparo e a proteção das autoridades provinciais e locais. Mobilizamo-nos em defesa de Nossa Mãe Terra e por uma reforma agrária integral, única solução efetiva para conseguir o resfriamento imediato do planeta”, destacaram na convocação.

Colômbia realiza atividades referentes à data desde o início do mês. Nos dias 6 e 7, Universidad Libre promoveu o II Encontro Internacional sobre Segurança Alimentar. Na segunda-feira passada , Medellín, capital do departamento de Antioquia, sediou a Cúpula Latino-Americana de Regiões sobre Segurança Alimentar. No dia seguinte, foi a vez de Cartagena, no departamento de Bolívar, ser palco do Fórum Internacional Preços dos Alimentos: da crise à estabilidade.

As atividades no país sul-americano também seguirão após o Dia Mundial da Alimentação. Na próxima quarta-feira (19), a Universidade de La Salle, em Bogotá, promoverá um Fórum sobre os Preços dos Alimentos. Entre os dias 27 e 29, será a vez do Banco de Alimentos coletar produtos alimentícios na capital colombiana.

No Brasil, a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) promoverá, nos próximos dias 17 e 18, o seminário: Programas de Alimentação Escolar Sustentáveis como Estratégia e Segurança Alimentar e Nutricional e de Cumprimento do Direito Humano à Alimentação Adequada. O evento reunirá estudantes, professores e profissionais da saúde para discutir os programas de alimentação escolar.

Preço dos Alimentos: da crise à estabilidade

Preço dos Alimentos: da crise à estabilidade. Esse é o tema principal escolhido pela FAO para celebração do Dia Mundial da Alimentação deste ano. A ideia, de acordo com o organismo internacional, é debater a questão e buscar estratégias para aliviar os efeitos na população mais vulnerável.

Segundo FAO, “entre 2005 e 2008 os preços mundiais dos alimentos básicos alcançaram seus valores máximos em 30 anos”. E é justamente a população mais pobre quem mais sofre com esse aumento. Dados do Banco Mundial revelam que, em 2010 e 2011, o aumento dos preços dos alimentos levou cerca de 70 milhões de pessoas para a pobreza extrema.

- Pelo que faz aos países importadores nítidos de alimentos, os aumentos dos preços podem prejudicar os países pobres, fazendo com que resulte muito mais caro importar alimentos para sua população. No plano individual, as pessoas que vivem com menos de 1,25 USD por dia podem se ver obrigadas a saltar uma refeição quando aumentam os preços dos alimentos. Os agricultores também se veem prejudicados porque necessitam saber os preços que seus cultivos conseguirão no momento da colheita quando ainda faltam meses para isso. Se é provável que consigam preços elevados, plantarão mais. Pelo contrário, se prevê que os preços serão baixos, plantarão menos e reduzirão custos, destaca FAO em nota.

Correio do Brasil, 15-10-2011

 

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