Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

José Claudio Ribeiro da Silva e sua esposa, Maria do Espírito Santo, foram assassinados na noite de ontem (23) em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. O casal estava saindo do Projeto de Assentamento Agroextrativista Praia Alta Piranheira, onde moravam, a caminho da sede do município, quando foram encurralados em uma ponte por pistoleiros e executados a tiros. (Fonte: Portal Amazônia)

O agroextrativista José Claudio Ribeiro da Silva e sua esposa, Maria do Espírito Santo, foram assassinados na noite de ontem (23) em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará.  O casal havia sido ameaçado de morte por madeireiros da região.

A informação foi confirmada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Marabá.  O casal estava saindo do Projeto de Assentamento Agroextrativista Praia Alta Piranheira, onde moravam, a caminho da sede do município, quando foram encurralados em uma ponte por pistoleiros e executados a tiros.

José Claudio vinha sofrendo ameaças de morte por causa de sua luta pelos camponeses e agroextrativistas e de seu projeto, que contava com apoio da Universidade Federal do Pará (UFPA).  Seu nome estava na lista das pessoas ameaçadas no Pará.

"O meu trabalho é em prol da floresta.  Eu defendo a floresta em pé e seus habitantes em pé.  Mas devido esse meu trabalho eu sou ameaçado de morte pelos empresários da madeira, pelos camaradas que não querem ver a floresta em pé.  E isso tem me causado problemas porque quando se fala da vida a gente quer permanecer vivo, igual eu luto pela floresta viva", disse, em vídeo gravado ano passado.

Apesar das ameaças constantes, o casal nunca conseguiu proteção policial.

Veja, abaixo, algumas frases de José Claudio Ribeiro.

Sobre a ausência do poder público/autoridades na região:

"Entre um capital e um camarada que defende um meio ambiente, os caras ficam do lado do capital, porque o dinheiro é uma coisa que movimenta grandes pessoas que tem o pensamento em ganhar mais dinheiro.  Que não é o meu caso."

Sobre os madeireiros:

"Eles compram madeira de um colono a um preço irrisório, barato demais, e vendem caro no mercado.  Eles falsificam documentos, porque eles não têm guia completa, mas arrumam um jeitinho.  Vão minando um, vão minando outro e assim por diante eles vão fazendo o mercado ilegal.  Eles são os cupins da terra."

Recado para mundo:

"Um recado para o povo do mundo, pessoal que consome produtos florestais: ter cuidado.  Quando for comprar uma madeira para fazer as suas casas, procurar a certificação dessa madeira, da onde ela vem, que origem ela tem, porque só assim a gente vai começar a coibir e fazer uma repressão contra esse pessoal.  Porque eu tenho um 'provérbio' que diz assim: 'Existe ladrão porque existe quem compra o rouba.  Existe a destruição porque compram a madeira ilegal'."

 

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