Mais de 600 trabalhadores Sem Terra de todo o Estado estão acampados na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em João Pessoa, desde o final da manhã de terça-feira.Além da sede do instituto, três fazendas foram ocupadas no interior do Estado, como informou um dos coordenadores do MST no Estado, Paulo Sérgio Alves. Ao todo, mais de mil famílias estão participando das ocupações. O movimento reivindica o assentamento das famílias acampadas e a melhoria na infra-estrutura das já assentadas.
Cerca de 300 famílias estão acampadas em uma propriedade na cidade de Jericó, a 404 quilômetros da Capital, 60 em uma fazenda de Juru (414 km) e outras 50 em uma área localizada na divisa das cidades Bonito de Santa Fé (524 km) e Mauriti, no vizinho Estado do Ceará. Os principais pontos correspondem à situação dos sem terras no Estado. Eles exigem que o governo se posicione a respeito das 2.600 famílias que ainda precisam ser assentadas no estado e das 3.200 que já ocupam os 56 assentamentos paraibanos, mas ainda não possuem infra-estrutura adequada.Paulo Sergio cobra recursos para garantir a realização da vistoria do Incra em 10 latifúndios, que já estava prevista, e a ampliação delas para o assentamento das famílias acampadas. Além disso, reivindica investimentos na obtenção de terras. De acordo com o superintendente do Incra da Paraíba, Marcos Faro, a mudança de governo traz à tona manifestações como essa, já que é preciso conhecer as propostas dos novos líderes a respeito da Reforma Agrária.
Segundo ele, as famílias serão recebidas e poderão entregar sua pauta de reivindicações, que será analisada para elaboração de uma proposta concreta. Já foi realizada ma reunião em Brasília para discutir o tema. A Jornada de Abril marca o Massacre do Eldorado, quando acampados do Pará interditaram uma rodovia federal e foram alvejados pela Polícia Militar, que assassinou 21 trabalhadores.
(Da página eletrônica do MST, com informações de Jornal O Norte)