Internacional
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou neste último domingo, dia 3, que no mês de outubro o seu Governo expropriará terras improdutivas em três estados do país como parte da retomada da luta contra o latifúndio. Esta ofensiva foi iniciada com a expropriação da empresa Agroisleña, maior distribuidora de insumo do setor agropecuário, e com a nacionalização de um grupo de fazendas, de propriedade da empresa inglesa Vestey, que detém um total de 300 mil hectares e milhares de cabeça de gado. "Vamos acelerar a revolução agrária e para isso vamos intervir ativamente em grandes latifúndios nos estados de Ara, Apure e Zulia", afirmou Chávez durante seu programa dominical de rádio e televisão, o Alô Presidente.
O presidente ressaltou que estas expropriações dão início a uma nova ofensiva em seu empenho de aumentar a produção de alimentos do país e acabar com o monopólio da agroindústria capitalista. O Ministro de Agricultura, Juan Carlos Loyo, comentou que, com esta medida, a Venezuela avançará na luta contra a exploração de pequenos produtores agrícolas: “avançaremos na produção de alimentos e assim fortaleceremos a Soberania Alimentar em nosso país.” O Ministro afirmou nesta segunda-feira que o Governo já iniciou uma reaproximação com os representantes legais das Agroisleña sobre a expropriação da empresa. O ministro também negou que a aquisição da empresa afete negativamente as condições de trabalho dos empregados.
Agroisleña
A Agroisleña convocou a Confederação de Produtores Agropecuário, a FEDEAGRO, para uma reunião de emergência. Na ocasião, os produtores agricolas associados à Confederação consideraram a decisão de Chavéz como a mais dura de seu governo em relação ao setor agricola. A Agroisleña é uma empresa espanhola-venezuelana fundada há 52 anos, e chegou a envolver mais de 18 mil produtores, construindo o monopólio na distribuição de sementes e insumos na Venezuela. A Agroisleña tem a mesma prática que a empresa Monsanto: além de monopolizar a distribuição de sementes – que vem como todos os pacotes de tecnologia no mesmo estilo da Monsanto -, a empresa possui filiais em 18 estados e controla a distribuição de cerca de 70% dos itens principais para processar os produtos da cesta básica, como o arroz, milho e outros grãos.
Movimentos Camponeses apoiam Chávez na luta contra o latifúndio
Em nota, a Frente Nacional Campesino Ezequiel Zamora (FNCEZ) declarou total apoio ao Presidente Chávez. A FNCEZ apela a todos os venezuelanos, que atuam em diferentes organizações sociais, para que estejam em alerta para qualquer ofensiva praticada pela oposição, que venha a atrapalhar o processo de retomada da luta contra o latifúndio no país.
Fonte: De Marluce Melo, da CPT NE II, na Venezuela.
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