A promotora de Justiça do MPE/PA, Janaina Andrade de Souza, diz que existem fortes indícios de que informações contidas no estudo não são verdadeiras. Ela explica como foram encontradas as inconsistências no documento.
“Sob a ótica dos técnicos do MPE os dados fazem referências a autores que não reconhecem aqueles dados como seus. Essas seriam as falsidades e distorções que apontamos. No documento existem gráficos, e as fontes desses gráficos, procuradas, não reconhecem as obras.”
O estudo foi conduzido pela Consultoria Paulista de Estudos Ambientais (CPEA), contratada pela Cargill. As “fraudes” foram encontradas nos gráficos e estudos de Daniel Cohenca, Sergio Margulis e Adriano Venturiere, todos especialistas renomados em questões ambientais, principalmente na Amazônia. Para o Ministério Público Federedal “se realmente houve manipulação dos dados não deve ser concedida qualquer licença ao projeto da Cargill.”
Para a promotora cabe a Justiça identificar os responsáveis pelas alterações.
“O fato é que há uma conduta que nós reputamos que é criminosa. A materialidade para o crime que a gente entende está comprovada. O que falta é individualizar a autoria. Estamos estudando estratégia com o Ministério Publico federal para ver o que fazer”
O MPF e do MPE relataram a representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) as irregularidades e esperam um posicionamento da Secretaria.