Da Radioagência NP
“É um contracenso. Estamos lutando pelo fim de uma coisa que já é proibida pela nossa Constituição. É o mínimo que o Estado brasileiro, os órgãos financiadores da grande agricultura podem fazer para inibir essa prática.”
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mantém uma lista – conhecida como Lista Suja – com os dados de proprietários que submetem os trabalhadores rurais a situações degradantes de trabalho e subsistência. A imagem negativa dificultava o crédito em instituições privadas, mas agora o benefício passa a ser proibido no sistema financeiro estatal. Batista defende ainda outras medidas.
“A ação que defendemos é que toda a área que utiliza da prática de trabalho escravo seja destinada imediatamente para a reforma agrária. Um programa de reforma agrária massivo, estruturante, com moradia digna, terra, crédito e investimento em agroindústria.”
Desde 1995, mais de 38 mil trabalhadores foram libertados em ações MTE. Além de não receberem salários compatíveis com a função, esses camponeses são submetidos a jornadas de trabalho extensas e recebem alimentação precária. Muitos deles ficam meses sem visitar os familiares e vivem em alojamentos improvisados, sem higiene e água tratada.