Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

O juiz agrário determinou a reintegração de posse da Fazenda Boa Esperança, as famílias camponesas não têm para onde ir e irão resistir no local

Durante esta terça-feira (13.04) à noite, o Ouvidor Agrário Nacional Gercino Filho convocou uma reunião na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-AL) localizado na Praça Sinimbu em Maceió. Teve como objetivo a discussão sobre a reintegração de posse da Fazenda Boa Esperança em Major Isidoro e a saída de forma pacífica das 28 famílias camponesas para outra área. No encontro estiveram presentes o Juiz Agrário Ayrton Tenório; Estevão Oliveira, Superintendente Estadual do Incra; José Carlos Cardoso, Ouvidor Agrário Estadual; policiais militares do Gerenciamento de Crises; o representante da propriedade rural destinada para a transferência e integrantes da Comissão Pastoral da Terra de Alagoas. Na ocasião foi confirmado o interesse do Incra em comprar a Fazenda São Felix, no mesmo município, que possui cerca de 640 hectares e já tem sete famílias de funcionários morando no local. Porém, os proprietários não ficaram satisfeitos com o valor apresentado para a aquisição do imóvel (média de R$2.000 por hectare, pagos com recursos do Tesouro Nacional) e o prazo de 120 dias para que o trâmite do processo no órgão federal fosse cumprido.

“As pessoas não podem sair de lá [Boa Esperança] como se fosse gado, tangidos. Não adianta colocá-las em uma área e depois de 30 dias elas serem expulsas, fazer isso é o mesmo que desacreditar no esforço que estamos fazendo em conjunto com as autoridades para resolver o conflito agrário”, ressaltou Carlos Lima, coordenador estadual da CPT-AL. Nessa quarta-feira (14.03) os integrantes da CPT retornarão ao sertão para dar o apoio necessário às famílias camponesas, também estão articulando o apoio de outras lideranças do campo e dos movimentos sociais para prestar solidariedade.

Diante do impasse da transferência e pressão realizada por políticos para que a reintegração de posse ocorra, o Ouvidor Agrário Nacional se comprometeu em ir conhecer a propriedade rural. Porém, o juiz agrário Ayrton Tenório mantém a Polícia Militar em alerta para garantir o despejo das famílias, o clima promete ficar tenso, porque elas vão resistir até terem um outro local confirmado.

 

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