Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

O Tribunal de Justiça de Pernambuco manteve a decisão do Juiz da Comarca de Paudalho e condenou os Vigilantes da Usina Petribu pelo crime de Tortura contra os jovens Deca e Jaílson. Em sua decisão o Desembargador Relator Mauro Alencar de Barros afirmou que a "conduta dos réus, não obstante terem os mesmos negado os fatos, foi no sentido de submeter as vítimas a um sofrimento físico e mental, na busca do que se pretendiam alcançar, expulsar as vítimas daqueles arredores", o que caracteriza o delito de tortura, motivo pelo qual, mantiveram a decisão de condená-los. Para recordar, em janeiro de 2002, os rapazes Leandro de 18 anos e Jaílson de 20 anos, moradores da periferia do município de São Lourenço da Mata, por não ter o que comer, foram até uma mata próxima colher jaca e caju. Ao chegarem ao local, os dois rapazes colheram caju e começaram a comer uma jaca, quando então foram abordados por três vigilantes da Usina Petribú, que de imediato começaram espancando-os, depois os algemaram e os colocaram no veículo da Usina.

Os dois rapazes então foram levados para um local distante entre a mata e a plantação de cana-de-açúcar da Usina Petribú, onde foram violentamente torturados. Primeiro os rapazes apanharam com um chicote usado em bovinos, quando um vigilante cansava de bater passava o chicote para outro, batendo todos os três nos rapazes, que ainda foram obrigados a se chicotearem. No espancamento também foram usadas facas.

Depois disso, os vigilante mandaram que os rapazes tirassem as roupas e se ajuelhassem para rezar. Em seguida um dos vigilantes, enfiou o cano de sua arma calibre 12 na boca dos rapazes e dizia que iria matá-los. Logo após isso, os vigilantes obrigam os rapazes a ter relações sexuais um com o outro. Diziam que só não os queimava porque esqueceram o combustível.Ao final os vigias ordenaram que os rapazes corressem e com o veículo os seguiram atirando, atingindo de raspão Jaílson.

Os criminosos ainda não foram presos porque os Advogados da Usina Petribu recorreram para o Superior Tribunal de Justiça em Brasília na última tentativa de absolver seus empregados e se livrar da indenização que deverá pagar aos rapazes torturados.

 

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