De acordo com um estudo divulgado ontem (27/10) pelo Ministério do Meio Ambiente, no Brasil o desmatamento e a agropecuária estão na linha de frente da emissão de poluentes responsáveis pelo aquecimento global. As atividades representam juntas 77,9% das emissões de dióxido de carbono do país. O desmatamento é responsável por 51,9% das emissões e a agropecuária por outros 25%. Em terceiro lugar está o setor de energia, com 20%. A indústria é responsável por 1,7% das emissões e o tratamento de lixo e esgoto, por 1,4%. As emissões do setor energético incluem a poluição causada por usinas elétricas, queima de combustíveis no transporte e abastecimento de energia doméstica, entre outras atividades. Os dados dizem respeito à estimativa de emissões brasileiras em 2007, ano em que o país lançou na atmosfera cerca de 1,9 bilhão de toneladas de CO2 equivalente (soma das liberações de gás carbônico, metano e óxido nitroso). No mesmo ano, o mundo emitiu 26 bilhões de toneladas, dos quais 12,9 bilhões vieram dos países ricos. Para o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o desmatamento zero na Amazônia não é factível. Minc também aponta cumplicidade entre desmatamento e agropecuária. Segundo ele, “a pecuária brasileira ainda é muito improdutiva. A Amazônia tem áreas com menos de um boi por hectare. Estamos desmatando muito e emitindo muito carbono”.
Entre 1994 e 2007, o aumento das liberações de carbono da agropecuária foi de 30%. Desse total, 25% são da criação de gado e outros 39% são das lavouras que utilizam adubos e fertilizantes químicos na preparação da terra A "fermentação entérica" - o processo digestivo do gado – aparece com 25% das emissões. Em terceiro surge o manejo de dejetos animais. A queima de resíduos agrícolas, como a do bagaço da cana, está em quarto lugar, mas é a que mais cresceu, 59% entre 1994 e 2007. No total, o setor agropecuário emite cerca de 479 milhões de toneladas de CO2 por ano.
Fonte: MST