“Migração Forçada e Trabalho Escravo” é o tema da 11ª Romaria da Terra e da Água do Piauí, que será lançada nesta sexta-feira (10) em Teresina, Piauí, durante a assembléia da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB). A Romaria denuncia a condição de grande parte dos trabalhadores do estado, obrigados a migrar de sua terra para sobreviver. Segundo estimativas da Pastoral do Migrante, anualmente, mais de 40 mil trabalhadores do estado se submetem a esta condição. A maioria deles vai trabalhar em fazendas voltadas ao agronegócio. Segundo a integrante da Pastoral do Migrante, Cirlene Sasso, as fazendas de cana-de-açúcar e soja são os principais destinos dos trabalhadores. Lá, eles vivem em condições análogas à escravidão para poder sustentar as famílias que ainda continuam no estado.
“Eles saem justamente para sobrevier. E esses trabalhadores se submetem [às condições de escravidão]. Lá os alojamentos são muito ruins, são pequenos e para muitas pessoas e com poucos banheiros. A maioria sai sem carteira assinada, os direitos enquanto trabalhadores não são respeitados, e o trabalho é realmente degradante”.
A Romaria está prevista para chegar ao município de Corrente em 1º de agosto. A cidade fica próxima à divisa com os estados da Bahia e Tocantins e é conhecida como ponto de passagem dos migrantes do estado. São esperadas mais de oito mil pessoas no evento.
Romaria no Piauí denuncia as condições dos trabalhadores do estado
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