Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

A crise começa a dar sinais de calmaria, pelo menos no que diz respeito ao interesse estrangeiro em comprar terras ou imóveis no Brasil. A constatação é da advogada Adriana Daiuto, do Demarest & Almeida, que sentiu uma retomada de trabalhos na área desde março. Antes da crise financeira, proprietários de fundos de pensão e investidores de private equity, principalmente norte-americanos, procuravam o País para aquisições de terras para empreendimentos de diversos tipo. Gazeta Mercantil, 20/05/09

O interesse tomava 70% da área no escritório, o que parou quase que totalmente de dezembro de 2008 a fevereiro deste anos", explica Adriana. "Mas agora voltamos a atuar na mesma intensidade de antes (70%)", complementa. A demanda por negócios nas regiões Norte e Nordeste é por áreas para plantação de grãos. Enquanto que na Sul e Sudeste é por lugares onde se possa construir prédios ou incorporar imóveis. "O Brasil é muito procurado porque há uma variedade grande na área imobiliária", avalia a advogada.

 

 

Nem mesmo a crise financeira mundial alterou a demanda do setor no escritório Veirano Advogados. "Pelo contrário, a demanda até aumentou em quase 100%", garante a advogada Flávia Marcílio. "A procura é principalmente por áreas florestais para produção de carvão, biomassa ou soja. É um investimento que os estrangeiros esperam lucrar daqui dois a sete anos e surgiu com a crise", explica a advogada da banca.

 

Dificuldades

 

Para as especialistas, a maior dificuldade encontrada e que ocupa 100% do trabalho neste tipo de negócio é com relação a processos judiciais, ilegalidades ou até mesmo a falta de documentações do terreno a ser adquirido. "Principalmente no Norte, onde as áreas são extensas ou onde ocorreram muitas transferências de proprietários, há problemas para fechar o negócio", afirma Adriana. A advogada Flávia também comenta que a região é a que mais tem problemas com a documentação. "Por isso, sempre temos o cuidado de investigar, antes mesmo de adquirir o terreno", diz.

 

A advogada do Demarest & e Almeida conta que recentemente, antes de concluir um negócio, que aparentemente estava em ordem, teve que ser desfeito porque quando foi ao cartório responsável pela matrícula do terreno, verificou que um documento era ilegal.

 

Na opinião da advogadas, os problemas com relação a documentações não limitam a intenção do investidor estrangeiro. "Eles conhecem estes problemas do País. Vai depender muito do negócio que ele queira fazer, se vale a pena", justifica Adriana. "Muitas vezes, o investidor não tem o interesse em apenas uma terra e está analisando dez outras opções para adquirir. A partir daí, é uma questão de estar tudo em ordem ou não", analisa Flávia.

 

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