O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou 14 ocupações, enquanto a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Pernambuco (Fetraf) ocupou outras duas áreas.
As ocupações que ocorreram neste final de semana fazem parte das mobilizações na semana de luta pela reforma agrária, já que no dia 17 se celebra o Dia Internacional da Luta Camponesa, aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás ocorrido em 17 de abril de 1996. As famílias sem terra prometem mais mobilizações até o dia 17.
A assessora de comunicação do MST, Cássia Bechara, afirma que a Reforma Agrária no Brasil está praticamente parada. No Estado de Pernambuco ela está completamente parada. No ano passado não houve uma única terra desapropriada ou família assentada em todo o Estado.
Segundo Cássia, acampamentos de mais de dez anos, como é o caso do Acampamento Bonito, na mata norte do Estado, onde as famílias vivem há 13 anos acampadas, sem nenhum acesso à crédito ou serviços públicos básicos, continuam sem solução. Áreas já com decreto presidencial de desapropriação há anos, seguem paradas na Justiça.
Cássia Bechara, afirma que além de não andar pra frente, a Reforma Agrária no Estado corre o risco de andar para trás. Moradores dos Assentamentos São Gregório, Alegre I e II, também na Mata Sul, que já existem desde 1996, correm o risco de serem expulsos de suas casas, pois a Usina Estreliana entrou com ação judicial para retomar o imóvel e acabar com os Assentamentos.
Por parte da Fetraf, João Santos, presidente, diz que: "É preciso ousar para avançar com a reforma agrária, já que o governo federal e o Incra são inoperantes. E faz necessário pressionar para que o governo federal saia da toca e agilize a reforma agrária nesse País", afirmou
Setor de Comunicação CPT Nordeste 2, 14/04/08.