Os integrantes do Movimento Sem-Terra (MST) realizaram uma mobilização na tarde do domingo passado, 23, que culminou com o bloqueio de um trecho da BR-304. A interdição durou cerca de duas horas e sofreu a intervenção da Polícia Rodoviária Federal (PRF). De acordo com o inspetor da PRF, Rosembergue Alves de Medeiros, embora a intenção dos sem-terra seja relevante, quem trafega pelas rodovias não tem nada a ver com o problema.
Jornal Gazeta do Oeste Mossoró/RN, 25.03.2008
Ele conta que foi informado de que o motivo que levou à mobilização foi a falta de energia elétrica e que a Companhia Energética do Rio Grande do Norte (COSERN) foi até o local, porém, o problema era em um estabilizador e não podia ser solucionado no momento. Ele acrescenta que os manifestantes têm o direito a legitimidade de protestar, mas não têm o direito de atrapalhar os outros. Além disso, o inspetor menciona desrespeito às entidades por parte dos manifestantes e que esses fatores são inadmissíveis em um Estado Democrático de Direito.
O inspetor informa que a PRF solicitou uma reunião com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em nível de estado e pretende ouvir ainda a colocação do Ministério Público Federal sobre os protestos, uma vez que estão se tornando constantes. Rosembergue Alves acrescenta que no domingo os manifestantes permitiram a passagem de ambulâncias, mas durante a mobilização anterior essa passagem foi dificultada.
Ele destaca que durante o protesto houve revolta por parte dos usuários da rodovia que queriam concluir o trajeto e que de uma hora para outra alguém pode se revoltar e gerar um confronto sobre o qual a PRF não possua mecanismos de controle.
De acordo com Adriano Cruz, assessor de comunicação do Incra, a causa da mobilização foi mesmo a falta de energia elétrica em uma das vilas da Maisa, mas o problema já sanado. Ele acrescenta que a atitude não partiu de uma demanda do Incra e o órgão repudia esse tipo de manifestação que atrapalhe a vida dos cidadãos.