Fonte: www.mst.org.br
Neto como era conhecido estava com a esposa e a neta de 4 anos assistindo ao jornal na TV quando dois homens chegaram ao assentamento por volta das 21h30. Um deles ao chegar à varanda da casa onde a família morava perguntou: “Quem é Cirilo?”. Sua esposa indicou o trabalhador, que estava deitado numa rede no alpendre de sua casa. O homem sacou a arma e fez cinco disparos contra Neto, que morreu no local.
Na tentativa de proteger o marido, sua esposa Maria José Martins Meneses, 42 anos, tentou tirar a arma das mãos do pistoleiro e também foi atingida por um tiro. Ela foi levada ao o Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró. Com o tiro, Maria quebrou o maxilar e a clavícula, mas está fora de perigo. A criança de 4 anos, que estava no colo de Maria durante o ataque, não sofreu ferimentos.
Segundo Fátima Ribeiro, da coordenação do MST no estado, Cirilo era um homem muito combativo que lutava contra as injustiças sociais. Nos últimos dias, “estava muito animado para organizar o processo de construção das casas”, afirma ela.
De acordo com a polícia os disparos foram feitos de uma espingarda calibre 12. Os dois homens teriam chegado numa moto vermelha. A polícia também suspeita que o crime tenha sido motivado por vingança. O caso será investigado pelo titular da 2° Vara da Delegacia de Policia Civil, Rubério Pinto.
Essa é a segunda execução de trabalhador rural Sem Terra em menos de um mês. No dia 21 de outubro, Valmir da Mota Oliveira, Keno, de 34 anos, foi assassinado numa área de experimentos da transnacional Syngenta Seeds, em Santa Teresa do Oeste, Paraná. A morte de Keno repercutiu em todo o mundo, sobretudo, por ter sido efetuada por uma suposta empresa de segurança contratada pela transnacional Syngenta.
Protesto
Na próxima sexta-feira, dia 23, famílias de trabalhadores rurais e militantes de movimentos sociais organizam um ato em Mossoró para cobrar justiça e punição aos assassinos de Cirilo. O ato também vai fazer um resgate de todos aqueles companheiros que tombaram na luta em prol de uma sociedade mais justa e pedir às autoridades locais e nacionais que ponham em prática políticas capazes de por um fim à violência no campo e na cidade.