Para protestar contra o modelo nacional de expansão da cana-de-açúcar para produção de agrocombustível e a morosidade da Reforma Agrária no estado de Pernambuco, dois mil trabalhadores rurais da CPT, Fetape, Fetraf e MLST ocupam neste momento (4h) a Usina Salgado, no município de Ipojuca, Zona da Mata Sul do Estado.
A Usina Salgado é conhecida pela imensa dívida com o poder público, inclusive o não repasse para o INSS dos impostos arrecadados dos seus trabalhadores, acarretando a impossibilidade dos mesmos em requererem direitos trabalhistas, inclusive a aposentadoria. Esta denúncia, inclusive, já foi feita pelo Ministério Público do Estado.
As dívidas atuais da Usina Salgado superam a cifra de 200 milhões de reais. As organizações exigem a expropriação das terras da Usina como forma de pagamento das dívidas que a mesma tem com a União. Para sanar também a dívida que a Usina fez com os trabalhadores, por não ter repassado os impostos retirados na fonte para o INSS, o Fórum defende que as terras devem ser revertidas para o programa de Reforma Agrária e assentar os antigos trabalhadores, os trabalhadores e os posseiros dos engenhos ligados à Usina Salgado.
A expansão da monocultura da cana-de-açúcar com incentivos do Governo Federal para a produção do etanol também é um dos principais alvos de protesto dos trabalhadores e trabalhadoras. A retomada do modelo colonial de monocultura da cana para exportação não é aceita pelos movimentos sociais que defendem a soberania alimentar e a reforma agrária. Segundo os movimentos, este modelo só é sustentável a custa de subsídio do governo, sonegação de impostos, de trabalho análogo ao escravo e destruição ambiental.
A primeira grande ação conjunta do Fórum de Organizações do Campo tem como objetivo chamar atenção para dois grandes problemas que rondam o campo, a expansão da cana-de-açúcar para o agrocombustível - que traz danosas conseqüências sociais e ambientais - e a lentidão da Reforma Agrária em Pernambuco, que é um dos estados com maior concentração de terra do país.
No meio do ano, as entidades elaboraram conjuntamente um diagnóstico da atual situação do campo, que trata das condições de vida dos trabalhadores e trabalhadoras rurais da zona da mata do estado e da morosidade do Incra nas vistorias e desapropriações de terras para reforma agrária. O Documento foi e entregue aos Governos Federal e Estadual e até agora nenhuma providência foi tomada. Os movimentos investem nos protestos conjuntos para intensificar a pressão para a realização de um novo modelo de reforma agrária em Pernambuco.
Contatos:
Aristides Fetape – 81 92261874
João Santos Fetraf - 91116184
Plácido Júnior CPT – 81 88934175
Vânia MLST - 91970077
Assessoria de Imprensa:
Ronaldo Patrício (Fetape) – 81 92257198
Maria do Carmo (Fetape)– 81 92259740
Mariana Martins (CPT) – 81 99133293
Como Chegar:
Estrada de Porto de Galinhas, quando chegar em Nossa Senhora do Ó pega a direita.