Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Seis trabalhadores rurais do MST foram arbitrariamente presos, ontem, ao denunciar violência policial no município de Águas Belas, Agreste do estado. Fonte: Sítio do MST

Os Sem Terra foram à delegacia de Águas Belas denunciar a truculência da polícia militar durante operação de despejo na Fazenda Mata Escura, em 31 de janeiro, quando foram presos pela policia de inteligência de Pernambuco.

Os Sem Terra foram transferidos ontem à noite para a delegacia de Garanhuns.

Durante a ação de despejo vários Sem Terra foram agredidos e uma criança de 9 anos teve que ser hospitalizada com ferimentos na cabeça, resultantes da ação violenta da polícia. Todos os barracos foram queimados, juntamente com os pertences das famílias, e as lavouras foram destruídas por tratores.

O MST já havia denunciado a agressão policial ao Ministério Público Estadual, à Ouvidoria Agrária e à Corregedoria da Policia Militar. Hoje, o Promotor Agrário Estadual, Édson Guerra, a Superintendente do Incra de Pernambuco, Maria de Oliveira e membros da Direção Estadual do MST irão até Águas Belas acompanhar o caso.

Contexto

O MST acredita que há influência política local no sentido de criminalizar os Sem Terra. A Fazenda Mata Escura, que já possui decreto de desapropriação para fins de reforma agrária, é de "propriedade" de Clodoaldo Bezerra Jonas, conhecido como "Codinho", ex-prefeito de Águas Belas.

No ano passado, juntamente com capangas armados, Codinho ameaçou e espancou trabalhadores rurais que estavam acampados em outra fazenda de sua propriedade, a Fazenda Nova, no mesmo município. Na ocasião a polícia foi acionada e chegou a dar flagrante das agressões e ameaças, inclusive apreendendo armamento pesado em posse dos capangas. Mas as armas foram devolvidas ao proprietário logo após a apreensão. O MST denunciou o caso no Ministério Público Estadual.

 

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