Sem-terra vão ganhar casas em assentamento
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Quarenta famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), moradoras do assentamento Frei Damião, no município de Agrestina, Agreste do Estado, a 149 quilômetros do Recife, deixarão de morar em barracos feitos com lonas, papelão e folhas de coqueiro e passarão a viver em casas de alvenaria.
O convênio que garante a construção das moradias será assinado amanhã entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Caixa Econômica Federal. O anúncio foi feito, ontem, pela superintendente do Incra em Pernambuco, Maria de Oliveira, durante reunião com a coordenação estadual do MST.
Segundo Maria de Oliveira, a medida vai minimizar a falta de habitação nos assentamentos. "As famílias vivem hoje debaixo de uma lona em situação precária. A construção das casas é um exercício do direito de cidadania." Cada moradia terá quartos, sala, cozinha, banheiro e infra-estrutura para o fornecimento de água encanada e esgotamento sanitário. O convênio vai garantir o repasse de até R$ 11 mil para a construção das casas (sendo R$ 5 mil oriundos de recursos do Incra e R$ 6 mil financiados pela Caixa) e de até R$ 8 mil para a reforma de moradias (R$ 3 mil do Incra e R$ 5 mil da Caixa).
"O projeto também vai contemplar casas que já foram construídas e não comportam uma família, que muitas vezes, tem vários filhos", ressaltou a superintendente do Incra. Ao todo, serão beneficiadas pelo convênio nos próximos anos, 7.740 famílias de 128 assentamentos, em 39 municípios pernambucanos, sendo 4.100 com a reforma de moradias e 3.640 com a construção de novas casas.
Para o coordenador nacional do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, o convênio para a construção e reforma das casas chegou com atraso e não resolve a questão dos assentamentos. "É importante receber melhores condições de moradia, mas temos que lutar pelos companheiros que ainda não têm uma área estabelecida para viver", comentou. A meta do Incra para este ano era assentar 5.260 famílias, mas até agora, somente 920 receberam a posse do lote.
Fonte: Jornal do Commercio
Publicado em: 19.10.2006