Novo Livro sobre Pedro Casaldáliga

   Dom Pedro, o bispo pobre

Um livro escrito por 27 amigos homenageia o religioso Pedro Casaldáliga, um dos líderes da Teologia da Libertação, que vive há 40 anos no Brasil. Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz; Federico Mayor Zaragoza, ex-diretor geral da Unesco; Nicolás Castellanos, Prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia de 1998... Assim continua a lista de 27 grandes nomes de 12 nações diferentes que cederam sua escrita para retratar em um livro a figura do religioso, escritor e poeta barcelonês Pedro Casaldáliga, um dos mais destacados líderes da Teologia da Libertação defensor das minorias excluídas (como os povos indígenas e agricultores sem terra do Brasil, onde vive há 40 anos). 19/6/2010
 
A reportagem é do sítio El Norte de Castilla, 18-06-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

São seus amigos e admiradores e quiseram prestar-lhe uma homenagem na obra "Pedro Casaldáliga. Las causas que dan sentido a su vida. Retrato de una personalidad", que foi apresentada nesta quinta-feira na Casa Junco pelo presidente da Fundação Hombres Nuevos e bispo emérito de Palencia, Nicolás Castellanos; Benjamín Forcano, diretor da editora Nueva Utopía (editora do livro), e Eduardo Lallana, presidente da ONG Tierra Sin Males.

Pedro Casaldáliga (Balsareny, 16 de fevereiro de 1928), presidente de honra da Tierra Sin Males e candidato ao Nobel da Paz (ao qual renunciou), foi ameaçado de morte em várias ocasiões por latifundiários brasileiros por causa da sua veemência na luta pelos direitos dos agricultores do Mato Grosso (um colaborador foi assassinado por pistoleiros que pensavam que se tratava de Pedro Casaldáliga).

"Minhas causas valem mais do que minha vida" é a resposta de Dom Pedro, como lhe chamam os índios, um religioso que deu sua vida pela América Latina, pela causa da terra e dos pobres. Um homem que chegou em 1968 como missionário ao Brasil e que, depois de três décadas como bispo de São Félix do Araguaia (nunca voltou para a Espanha, nem sequer quando sua mãe morreu), continua sua vida no Brasil como religioso e ali permanecerá até o fim de seus dias.

"Pedro é um apaixonado pela humanidade, um apaixonado por todo o ser humano, uma pessoa que identifica o bem de todos com o próprio. Nunca o dinheiro, o sucesso, o poder são causas de sua vida", afirmou o teólogo Benjamín Forcano, que se referiu a Casaldáliga como "radical" em sua defesa dos pobres e

"Toda violência dos pequenos é uma violência anteriormente provocada pelos grandes", Casaldáliga chegou a afirmar, e essa sua radicalidade causou-lhe conflitos com a Igreja Católica. Embora também apoios, como o do Papa Paulo VI. "Quem encosta em Pedro, encosta em Paulo", chegou a dizer o Pontífice.

O livro, resultado da colaboração entre a Fundação Hombres Nuevos e a ONG Tierra Sin Males, faz parte de um programa de Educação para o Desenvolvimento, organizado pela Universidade de Valladolid em seus quatro campi.