Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Cerca de duzentas famílias do MST ocupam na manhã desta terça-feira, dia 01, a Secretaria do Estado da Agricultura e Desenvolvimento Agrário, na rua Cincinato Pinto, Centro de Maceió. Elas reivindicam a resolução do conflito referente à Fazenda Capim, de Inhapi no alto sertão, comprada irregularmente pelo Crédito Fundiário e com reintegração de posse marcada para retirar os acampados.
A fazenda Capim foi ocupada pela primeira vez em 2003. Já em 2004, o antigo proprietário, conhecido como Dr. Zé Luna, demandou a reintegração de posse da área que, segundo arquivos do Centro de Gerenciamento de Crises, Direitos Humanos e Polícias Comunitária (CGCDHPC) da Polícia Militar, foi executada em agosto do mesmo ano. Nesse cenário, as famílias se sentiram obrigadas a se abrigar momentaneamente em outro acampamento da região.

No dia 1 de novembro de 2006, essas famílias retornaram à Capim, onde permanecem até hoje produzindo feijão, milho, macaxeira, batata, mandioca e outros produtos comercializados em feiras locais e na capital. Desde cerca de dois anos, a situação das famílias ganhou um novo conflito, desta vez resultante da intervenção do Estado.

A Secretaria de Agricultura à época adquiriu aquelas terras para o assentamento de famílias pela política do Crédito Fundiário. Na regulamentação do Crédito, há um impedimento de adquirir terras que passem por ocupação ou outros conflitos, o caso da fazenda Capim, desde 2003, segundo a PM. As famílias agora aguardam uma resolução por parte do Estado, que deve destinar terras também para os agricultores da associação formada pelo Crédito Fundiário.

A Secretaria do Estado da Agricultura e Desenvolvimento Agrário permanecerá ocupada até o conflito ser superado. A expectativa de uma reintegração de posse agendada para o dia 13/12 trouxe grande parte dos atuais moradores e produtores desse acampamento. Mas a clareza de que a política de Reforma Agrária somente é executada pelo Estado quando os próprios trabalhadores se organizam para lutar por ela, fortalece a permanência dos manifestantes em Maceió.

 

 

Fonte: MST AL

 

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