Desde o início da crise econômica mundial, os trabalhadores foram os que mais sentiram os impactos da recessão. No Brasil, não é diferente. Estimativas indicam que a taxa de desemprego deve chegar a 11% neste ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre, o número de desempregados já ultrapassa dois milhões. As grandes empresas foram as que mais cortaram empregos com carteira assinada por conta da crise. As doações milionárias feitas pelo governo não evitaram as demissões. O caso mais conhecido foi o da Embraer, que demitiu mais de 4,2 mil funcionários.
Entre os trabalhadores que se mantiveram empregados, houve corte de direitos trabalhistas. A redução dos salários também foi sentida. O ex-operador de telemarketing, Bernardo Andrade, que foi demitido da empresa Sercom, viveu esse processo de precarização.
“O meu processo de demissão foi antecedido por um processo de muita precarização nas relações de trabalho dentro da empresa. Nas relações pessoais entre supervisores e trabalhadores, se tornou comum a ocorrência assédios morais, inclusive sexuais, nas relações de trabalho. Os supervisores e a empresa pressionavam constantemente. Caso os trabalhadores não se disciplinassem, poderiam ser demitidos a qualquer momento e serem substituídos por alguém com salário menor.”
De acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 38% das pessoas não conseguem se reinserir no setor formal em um prazo de até um ano. A pesquisa também apontou que há uma perda salarial de aproximadamente 13% associada à demissão.
Fonte: Radioagencia NP
Trabalhadores foram os que mais sentiram crise econômica mundial
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