Caros Caminhantes,
Como o Homem de Nazaré falou: “os filhos deste mundo são mais sábios...”. Pensando bem, não são tão sábios assim! Se fossem, como explicar este krísis que tem por aqui? Um krísis que é, com certeza, um julgamento sobre as maracutáias e trapaças geradas por este sistema financeiro.
Um sistema intimamente ligado a este Tempo de Páscoa quando um Homem foi negociado por 30 moedas de prata, foi hasteado bem alto na cruz e foi calado bem do jeito que “eles” fazem com os excluídos. E ficou por isso: negócio fechado, pedra em cima, assunto encerrado.
Foi assim, para que os homens de negócios (de rosto liso, macio, lisonjeiro de fala-fácil) pudessem voltar as suas trapaças, comandado pelo mandamento maior: “amassemo-nos uns aos outros” (sim, amassemo-nos!). Negócio legalizado e legitimado, tudo conforme a Instituição.
Acontece que tem gente que não quer (e outros que nem podem!) viver na Instituição, não quer ser institucionalizado, enterrado com uma pedra em cima. Fica louco! Fica louca!
Um certo grau de loucura é necessário para acreditar que o Homem - que foi negociado, amarrado, calado - ressuscitou. É o tipo de loucura apresentado pelo fabricante de tendas de Tarso: a loucura de juntar todas as chances numa só aposta, botar todos os ovos numa cesta só.
A Instituição transforma o Fato da Páscoa num zoológico de ovos e coelhinhos com doses liberais de chocolate, enfeites e embrulhos para acompanhar/esconder o negócio de “amansar” a Páscoa. Sorte do negócio, a palavra Ressurreição rima com “Instituição”.
É para lembrar também que o viver da Ressurreição (vale a pena amar: um amor verdadeiro jamais se perde) também rima com rebelião, revolução.
Páscoa: rebelar contra a Instituição, revolucionar a maneira em que vivemos e amamos. Porque é tempo de krísis: tempo de julgamento sobre a maneira de como normalmente fazermos as coisas.
Páscoa: pois Ele pediu que amássemos uns aos outros. Partilhar – e não emporcalhar – os bens. Partilhar a terra, partilhar as riquezas para todos (loucura!). E assim: multiplicar a terra, as riquezas para todos (loucura pura!!).
Benedito falou mais diretamente (não aquele Benedito, o outro!): “Tudo que sobra na minha mesa foi roubado dos pobres.” (A Regra)
“Pascoalizar” a rebelião, a revolução. Pois sem elas, não há Páscoa. Então: levante-te – rebelar, revolucionar, ressuscitar com Ele.
Pe. Tiago Thorlby – CPT.