Via Campesina, Assembléia Popular e CMS divulgam nota sobre protesto na Ponte da Amizade.
O Brasil e o Paraguai são dois países castigados por séculos de colonização, por ditaduras e pela desigualdade social. A partir dos anos 1980, tornaram-se um laboratório do capitalismo mundial sob as orientações do neoliberalismo. Privatizações, desregulação, abertura indiscriminada das economias nacionais, inserção subordinada na economia internacional, fragilização do Estado, ataques aos direitos dos trabalhadores e camponeses, desestruturação do mercado de trabalho e emigrações acentuadas levaram nossos países ao ‘fundo do poço’.
Mas, novos ventos sopram na América Latina. A resistência, a organização, as lutas do povo brasileiro e paraguaio, e de todo o continente latino-americano tem barrado os avanços dos interesses do mercado e do capital. Porém, a desigualdade social em nossos países, e no continente latino-americano, ainda é muito grande.
Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), em 2007 os latino-americanos que viviam em situação de pobreza chegavam a 205 milhões (38,5% da população na região), sendo 79 milhões de indigentes (14,7 % da população no continente). Estamos mobilizados:
• Porque acreditamos que o povo brasileiro, paraguaio e dos outros países latino-americanos, formam um único povo. Fazemos parte de uma grande pátria latino-americana;
• Porque acreditamos numa integração dos povos que se coloque acima dos interesses do mercado. Integração Sim! Mas dos povos e não apenas dos mercados;
• Porque lutamos por trabalho, terra e justiça;
• Porque temos consciência de nossa responsabilidade sobre o futuro do planeta Terra. A Terra é o nosso lar, ela é uma comunidade de vida única. A água, o ar, as sementes e a biodiversidade são de todos e devem estar a serviço da vida e não do mercado;
• Porque lutamos por uma solução justa para o Tratado de Itaipu. O Paraguai deve receber um preço justo pela energia que vende e esses recursos devem ser utilizados para enfrentar os graves problemas sociais do país;
• Porque defendemos a soberania energética do Paraguai, a soberania energética e alimentar de nossos países;
• Para exigir um programa de reforma agrária massiva, que rompa com a lógica do agronegócio e fortaleça a agricultura camponesa em nossos países;
• Porque acreditamos que é possível construir uma outra integração paraguaia e brasileira, uma outra integração latino-americana – a Pátria Grande – na qual os interesses dos povos devem estar acima dos interesses do capital e do lucro.
O sonho da Pátria Grande de José Martí, Simão Bolívar, Che Guevara, D. Pedro Casaldálglia de uma América unida, livre, solidária e justa acontece todos os dias nas lutas dos povos brasileiro e paraguaio.
Construindo a Pátria Grande!
Via Campesina, Assembléia Popular, CMS