Os governos da Venezuela, Bolívia e China se manifestaram oficialmente contra a atitude estadunidense de se considerar guardião dos direitos humanos. Em comunicado, o Ministério do Poder Popular para Relações Exteriores da Venezuela considerou inadmissível essa prática da burocracia de Washington que, sem legitimidade ou mandato, aspira converter-se em juízes de outros Estados.
"O Governo Bolivariano da Venezuela rechaça o conteúdo falso, mal intencionado e ingerencista do informe em questão, cujas declarações carecem de fundamentos e constituem a expressão das opiniões antivenezuelanas difundidas por setores que, dentro e fora de nosso país, se recusam a aceitar que o povo venezuelano seja dono de seu destino", afirma o comunicado.
O governo chinês pediu que os Estados Unidos refletissem sobre seus próprios problemas de direitos humanos. O documento criticou a China ao afirmar que o balanço do governo chinês em matéria de direitos humanos segue sendo ruim e tem-se agravado em certas regiões. Citou também a repressão das minorias étnicas nas regiões autônomas. As afirmações do relatório causaram surpresa, pois, três dias antes de sua publicação, a secretária de Estado, Hillary Clinton, em visita à China, não havia mencionado nada sobre a questão dos direitos humanos.
"Simplificação grosseira". Foi assim que o governo boliviano qualificou o informe do Departamento de Estado. O presidente Evo Morales afirmou que o relatório contém uma análise parcial da situação boliviana. As relações entre Bolívia e Estados Unidos estão estremecidas desde a expulsão do embaixador estadunidense em setembro do ano passado.
O documento ainda critica a posição do Irã, que segundo os EUA, intimidam reformistas, acadêmicos, jornalistas e dissidentes mediante prisões arbitrárias, detenções, tortura e julgamentos secretos. Sobre Cuba, que em fevereiro deste ano se submeteu ao Exame Periódico Universal (EPU) do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, o informe acusou o país de ter realizado um aumento da supressão da liberdade de expressão em relação ao ano anterior.
Para ler o informe na íntegra, acesse: http://www.state.gov/g/drl/rls/hrrpt/2008/index.htm