Apostar em mecanismos que a lei já disponibiliza é uma estratégia fundamental para combater a degradação sócio-ambiental provocada pela empresa Vale. Este foi o recado deixado pela Campanha Justiça nos Trilhos durante o Fórum Social Mundial, realizado em Belém do Pará, no final de janeiro. A campanha reúne movimentos, associações e cidadãos que buscam maneiras de cobrar a Vale pelos danos causados.
A integrante do movimento pelas serras e águas de Minas, Isabele Cançado, enfatizou a importância da pressão sobre os órgãos ambientais.
“A gente vê que às vezes falta uma abordagem maior, um diagnóstico que seja mais profundo para dar a realidade do impacto que vai acontecer naquele local. Apesar de a gente ter o zoneamento - nós temos o zoneamento ecológico econômico de Minas Gerais, que deveria ser um instrumento para proteger áreas importantes, principalmente mananciais de abastecimento público – a gente vê que estes empreendimentos estão locados em áreas extremamente importantes, que o próprio zoneamento coloca como área prioritária de conservação.”
Durante o fórum, diversas instituições e coletivos brasileiros e internacionais, que têm em comum o fato de serem afetados por empreendimentos da Vale, reuniram-se para organizar ações conjuntas. O representante do Sindicato dos Metalúrgicos do Canadá e EUA, Judith Marshall, afirmou que os que resistem a uma empresa global não podem se restringir a dar respostas locais. “Temos que atuar no mesmo nível em que a empresa atua", afirmou.
O grupo programou para os próximos meses um intercâmbio de experiências, a publicação de materiais com os padrões mínimos de atuação em todos os lugares do planeta em que a Vale atua.
Fonte: Radioagência NP