Neste ano, o Massacre de Felisburgo completa quatro anos. No dia 20 de novembro de 2004, a mando do fazendeiro Adriano Chafik Luedy, homens armados invadiram o acampamento Terra Prometida, em Felisburgo (MG), assassinaram cinco trabalhadores rurais sem terra e deixaram outros 20 gravemente feridos. O local do crime, a fazenda Nova Alegria, era ocupada por 230 famílias desde maio de 2004 e era considerada devoluta pelo Instituto de Terras de Minas Gerais. Chafik confessou em depoimento ter participado da chacina e já foi preso duas vezes, no entanto, foi posto em liberdade por decisão do Superior Tribunal de Justiça. Ele aguarda o julgamento do Tribunal do Júri de Belo Horizonte em liberdade, mas seus advogados tentam protelar o julgamento.
No ano passado, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) iniciou o processo de desapropriação da terra, já que esta não cumpre sua função social. Enquanto os papéis aguardavam a assinatura do presidente Lula, Chafik conseguiu uma ordem judicial em Belo Horizonte que suspendia o processo. Segundo o Ouvidor Agrário Nacional, Gercino José da Silva Filho, a desapropriação da fazenda Nova Alegria poderá significar a diminuição dos números de conflito no campo.
“A partir do exemplo de Felisburgo, será dado um recado aos latifundiários do país”, afirmou. As famílias que vivem no acampamento Terra Prometida denunciam que ainda sofrem ameaças por parte dos jagunços de Chafik e reivindicam a desapropriação da terra, a indenização das famílias dos mortos e a punição dos assassinos.
Fonte: MST
Massacre de Felisburgo completa 4 anos
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