
“Os preços dos alimentos nos mercados internacionais baixaram desde o pico de junho, quando eram 64% superiores ao nível de 2002. Mas em relação aos mercados nacionais ainda estão em níveis historicamente elevados”, disse. Esta situação deixou marcas entre os mais pobres, que tiveram que reduzir seu consumo alimentar.
Poder de compra insuficiente
Para este jurista, o problema não é a produção e a comercialização dos alimentos – a safra de 2008 deverá ser excepcional –, mas o baixo poder de compra das populações dos países em desenvolvimento. Ele teme que o aumento da produção agrícola seja feito em detrimento dos pequenos produtores. “É preciso evitar a qualquer custo, sob o pretexto de aumentar os rendimentos, incrementar a marginalização dos pequenos produtores e reforçar a diferenciação do sistema agrícola em proveito unicamente dos grandes produtores”, insistiu.
Olivier de Schutter considera que os pequenos agricultores, que constituem a metade dos esfomeados do planeta, devem ser protegidos da volatilidade dos preços nos mercados internacionais. Mas também dos riscos induzidos por uma competição injusta com os agricultores dos países desenvolvidos, cuja atividade é “massivamente subvencionada”.
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos