
Minc chegou a apresentar dados comparativos dos desmatamentos em 1996, 2000 e 2004, quando houve eleição municipal, com os de anos sem o pleito. Nas eleições, a média anual de derrubada da mata foi de 19.700 km2, enquanto nos outros anos foi de 17.300 km2, numa diferença de 2.400 km2. "Ficou claro que nos anos de eleição derruba-se mais", disse Minc.
Do total registrado em agosto, 435 km2 ocorreram no Pará e 229 km2 em Mato Grosso. O levantamento considera áreas que sofreram corte raso, ou seja, totalmente desmatadas, mas devem ser analisados em conjunto com os dados sobre a ocorrência de nuvens, que impedem o monitoramento por satélite. "Em agosto, 74% da Amazônia Legal pôde ser vista; porém, ficaram encobertos 99% do Amapá e 77% de Roraima. O Mato Grosso ficou livre das nuvens, enquanto o Pará teve 24% de sua área encoberta", observa a assessora.
As imagens do Deter são consideradas de baixa resolução e são feitas diariamente por um sensor chamado Modis, que fica no satélite norte-americano Terra, com resolução espacial de 250 metros. Por conta disso, elas são confrontadas com as imagens registradas por outros dois satélites, o sino-brasileiro Cbers e o também norte-americano Landsat, ambos com melhor resolução espacial, de 30 e 20 metros, respectivamente, mas que passam sobre a mesma área somente a cada 20 dias. "Já foram levantadas dúvidas sobre o Deter e esse detalhamento e controle de qualidade demonstra que o sistema é eficiente e real", diz a assessora, acrescentando que no mês de agosto o porcentual de acerto chegou em torno de 90%.
Fonte: Diário de Pernambuco