Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

O dia 1º de abril é popularmente conhecido como dia da mentira. Para marcar a data, a articulação de movimentos populares conhecida como “São Francisco Vivo” realizou manifestações nesta terça-feira (1) contra as supostas mentiras do governo federal sobre o projeto de transposição do rio São Francisco. No nordeste aconteceram atos tanto em grandes cidades, como Fortaleza (CE) e Salvador (BA), quanto no interior, como em Guanambí (BA).

Em Propriá, cidade de Sergipe na divisa com Alagoas, os manifestantes bloquearam uma ponte da BR 101. Na região sudeste, houve protestos na cidade de São Paulo (SP) e em Pirapora (MG), às margens do rio São Francisco.

De acordo com o coordenador da Articulação Popular São Francisco Vivo, Rubens Siqueira, o projeto de transposição serve aos negócios de grandes empresários, ao invés de resolver a escassez de água da população local, como faz crer o governo.

“Ele [o governo] pega toda população do Ceará, do Rio Grande do Norte, Paraíba e parte do Pernambuco. Toda a população que habita essa região é de 12 milhões. Mas, efetivamente, os canais passariam em regiões onde habitam 3,2 milhões de pessoas. Mas o projeto de transposição é água no canal e não tem previsto nenhuma outra obra para que essa água do canal chegue à alguém, chegue para algum outro uso”.

Segundo Siqueira, o semi-árido brasileiro é o mais chuvoso do mundo. Por isso, seria mais inteligente apostar nas tecnologias de captação de água já desenvolvidas com apoio do próprio governo. Ele cita as cisternas e as barragens subterrâneas. Para as zonas urbanas, ele defende a interligação dos 70 mil açudes construídos na região, mas atualmente subutilizados.

De São Paulo, da Radioagência NP, Vinicius Mansur.

 

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