De acordo com relatório sobre violência no campo em 2007 divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), mais de 40% dos conflitos pela água ocorrem nos estados banhados pela bacia do Rio São Francisco. No último ano foram registrados 40 conflitos, dos quais, 17 foram em áreas onde deve passar o projeto de Transposição.
Da Radioagência NP, 20/03/08
Segundo o integrante da coordenação nacional da CPT, José Batista, o projeto de transposição tem influência, pois as obras atravessam vários estados do Nordeste, gerando inevitáveis conflitos com comunidades que são deslocadas de suas terras e se vêem distanciadas do uso de um bem natural e público. No caso, a água.
Alguns episódios em 2007 marcaram esse dilema. Em junho do ano passado cerca de 1,5 mil trabalhadores, indígenas e membros de entidades civis contrárias à transposição do Rio São Francisco ocuparam a fazenda Mãe Rosa, em Cabrobó (PE). A região foi ponto de início das obras do projeto. A manifestação foi conduzida pelos índios Trukás, que reivindicavam a posse da terra e temiam que a transposição prejudicasse a tribo. O exército brasileiro foi escalado para inibir as manifestações indesejadas.
José Batista faz questão de relevar os resultados da CPT. Segundo ele, esses 40% não levam em conta os conflitos existentes na região amazônica. A Comissão afirma que não tem estrutura para fazer o levantamento de dados sobre essa região.