O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, durante café da manhã com jornalistas, que não vai ceder aos apelos do bispo para suspender as obras de transposição do rio São Francisco. Lula afirmou que o governo "não pode ceder" à greve de fome do religioso, mesmo com riscos à sua saúde.
"Se o Estado cede, o Estado acaba. E o Estado precisa funcionar", afirmou. Lula disse esperar que autoridades da Igreja Católica convençam o bispo a encerrar o jejum, a exemplo do que ele próprio fez na década de 80 --quando disse que realizou uma greve de fome na carceragem de São Paulo, mas interrompeu a ação depois de ser convencido por d. Cláudio Hummes (que na época era arcebispo do Estado).
"Eu aprendi com os meus companheiros da Igreja Católica que só Deus dá e tira a vida. A Igreja não se mete em questões técnicas. Espero que ele [Cappio] tenha juízo", disse.
Lula considerou as obras de transposição do rio São Francisco o projeto "mais humanitário" do governo. O presidente não hesitou em afirmar que, entre ao bispo e a execução do projeto, vai mandar prosseguir as obras de transposição. "Entre a greve de fome e milhões de nordestinos que serão beneficiados, eu fico com os 12 milhões."
Fonte: Folha Online