Em solidariedade ao protesto do bispo Luis Flávio Cappio, que há sete dias faz jejum contra o projeto de transposição de águas do rio São Francisco, integrantes da Via Campesina e do Fórum Nacional de Reforma Agrária e Justiça no Campo, além dos deputados Adão Pretto (PT/RS) e Iran Barbosa (PT/SE) entregam hoje (04) em Brasília, às 16h, duas cartas ao Secretário-Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), D. Dimas Barbosa.
Segundo Marina dos Santos, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o gesto de D. Cappio reflete a luta empreendida pelos movimentos sociais do campo contra o agro e hidronegócio em todo o território nacional. "Ele age em defesa da terra, da água e da biodiversidade como bens do nosso povo. Sabemos que o debate da transposição foi guiado por grandes interesses econômicos de grupos nacionais e internacionais, os mesmos que querem as usinas do rio Madeira, a produção em massa de etanol, as nossas riquezas naturais", afirma.
Na carta, a Via Campesina afirma que "a transposição não criará as condições de acesso à água para os camponeses mais necessitados do semi-árido, mas fornecerá água subsidiada pelo povo brasileiro para as grandes empresas do agronegócio do Nordeste".
O manifesto do Fórum - uma articulação de organizações, movimentos socais e entidades que se uniram com intuito de lutar pela concretização da reforma agrária e para o desenvolvimento da agricultura familiar no país – exige do governo federal a imediata paralisação das obras de transposição, e o início de um amplo diálogo com a sociedade civil na busca de concretizar alternativas para um outro Semi-Árido possível.
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