Remanescentes de escravos da comunidade quilombola de Grotão, no município de Filadélfia, estado do Tocantins (TO), estão sofrendo com ações de criminalização. Na comunidade vivem aproximadamente dez famílias quilombolas. Elas receberam o certificado da Fundação Cultural Palmares em outubro desse ano, mas, por não terem a posse definitiva da terra, foram expulsas de seu território nesse mês. As famílias contam que tiveram suas casas, roupas, mantimentos e lavouras de arroz queimadas. A retirada das famílias foi pedida por uma ação de reintegração de posse encaminhada à justiça. Ela foi encaminhada pelos fazendeiros Raimundo José de Brito e Cirilo Araújo de Brito. A ação foi aceita pelo Juiz da comarca de Filadélfia, Ricardo Damasceno Almeida. Para o coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em Araguaína (TO), Edmundo Rodrigues Costa, a situação das famílias é desumana.
“A situação delas no momento é das piores possíveis. Elas estão em um ginásio aberto onde inclusive, já jogaram uma bomba caseira lá dentro. É preocupante. Nenhuma autoridade está se preocupando em resolver esse problema para que elas possam voltar suas terras. O juiz que concedeu a reintegração de posse faz parte do sindicato rural aqui de Araguaína”.
A CPT agora espera pelo julgamento de uma ação enviada pela entidade há 15 dias ao Tribunal de Justiça do estado. A ação pede a anulação da reintegração de posse.
Fonte: Radioagencia NP
Quilombolas do Tocantins denunciam criminalização
- Detalhes
- Categoria: Comunidades Tradicionais