O Comitê Pernambucano de Combate aos Agrotóxicos elaborou um Dossiê contendo os casos mais emblemáticos e denúncias de crimes e dos impactos causados pelo uso dos Agrotóxicos à saúde da trabalhadora e do trabalhador, ao meio ambiente e a população em geral no Estado de Pernambuco. O Documento será entregue hoje, às 9h, aos Ministérios Públicos Estadual, Federal, do Trabalho e aos órgãos da Administração Pública Executiva, durante a reunião do Fórum Estadual de Combate aos Efeitos do Agrotóxico, na Sede da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro), localizada no Parque de Exposições do Cordeiro, em Recife.
O Documento contém relatos e depoimentos de trabalhadores assalariados sobre a aplicação dos agrotóxicos no monocultivo da cana-de-açúcar, além de denúncias dos impactos causados às famílias destes trabalhadores, às comunidades onde vivem e ao meio ambiente. Os relatos foram feitos à Comissão Pastoral da Terra, na ocasião da Jornada contra o Agronegócio e os agrotóxicos, realizada pela Pastoral em abril deste ano nos municípios da Zona da Mata Norte do estado. O Dossiê também apresenta denúncias de trabalhadores e trabalhadoras rurais do MST, que vivem no Assentamento Chico Mendes, localizado em São Lourenço da Mata. As famílias relatam os impactos da pulverização aérea dos agrovenenos - feito pelas Usinas de cana circunvizinhas - nas lavouras do assentamento, ameaçando a produção agroecológica dos assentados e assentadas.
As Entidades que fazem parte do Comitê reivindicam dos Ministérios Públicos abertura imediada de inquérito e investigação in loco dos casos e crimes denunciados e que sejam tomadas providências urgentes e necessárias para que sejam combatidos os efeitos danosos dos agrotóxicos à saúde humana e do trabalhador, à saúde coletiva, à identidade camponesa e ao meio ambiente.