Os agentes da CPT chegaram a dialogar com mais de mil famílias nos municípios, através de visitas nos bairros, com entregas de materiais educativos sobre a Campanha e o plebiscito pelo Limite da Propriedade da Terra e pela aprovação da PEC do Trabalho escravo, além de debates nas escolas e associações da região. De acordo com Geovane Leão, agente da CPT, “o trabalho escravo na zona da mata sul é uma realidade muito presente. No decorrer da jornada conversamos com muitas mulheres que relataram que seus companheiros já seguiram para trabalhar no corte de cana em outros estados, sem nenhuma segurança, algumas já denunciando casos de acidentes de trabalho”.
O diálogo com as famílias sobre o limite da propriedade da terra também mostrou relação direta com a realidade do trabalho escravo na região. Para os agentes da CPT que acompanharam a atividade na mata sul, é importante a mobilização das famílias diretamente atingidas pela concentração de terra e trabalho escravo, a conquista pelo limite da propriedade, contra o monocultivo da cana e para garantir a produção de alimentos de qualidade para toda a população. Destaca Geovane que, a região da mata sul possui grandes extensões de terras nas mãos de poucos usineiros e cerca de 85% da alimentação consumida na região vem do Sertão ou do Agreste, além de muitos de seus municípios terem os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado.
Setor de comunicação da CPT NE2