Hoje, 6, mulheres sem terra, vindas de diversos municípios de Alagoas, chegaram a Maceió para participar de uma série de iniciativas em alusão ao Dia Internacional da Mulher Trabalhadora.
Com o tema “Pela vida das mulheres, contra a fome e a violência: mulheres Sem Terra em resistência”, a Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra tem início a partir do ato político de abertura do Acampamento Dandaras do Campo, às 15h, na Praça Sinimbu – Centro, e será encerrada na quarta-feira, 8, com o ato conjunto entre mulheres do campo e da cidade, no mesmo horário, na Praça do Centenário – Farol.
Após a abertura oficial, haverá a mesa de debate sobre a história do 8 de março e os desafios atuais das mulheres camponesas, com a presença da Dra. Islandia Bezerra, professora e presidenta da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), e da jornalista Lenilda Luna.
Fazem parte da organização da jornada: Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frente Nacional de Luta (FNL), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadora Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e Terra Livre (TL).
Segundo Debora Nunes, coordenadora nacional do MST, com esta atividade, as agricultoras e militantes ligadas aos movimentos e organizações sociais do campo do estado pautam as lutas necessárias para a reconstrução do Brasil.
Ainda nesta segunda-feira, à noite, será realizado o “Cinema da Terra” com a exibição de um filme de temática relacionada à vida das mulheres do campo.
Já na terça-feira, 7, pela manhã, as trabalhadoras rurais sairão em caminhada contra a violência, por justiça e por reforma agrária. Na sequência, à tarde, a perspectiva é de uma agenda com representantes do governo, conforme foi solicitado antecipadamente através de ofício devidamente protocolado. No documento, as organizações pedem uma audiência com o governador Paulo Dantas para apresentar as principais demandas da reforma agrária e das trabalhadoras rurais sem terra em suas comunidades, muitas delas localizadas em territórios em disputa no estado.
Entre as principais pautas de reivindicações estão: o combate à fome, através de incentivos ao desenvolvimento econômico sustentável das comunidades rurais; o cumprimento do acordo realizado pelo Tribunal de Justiça (TL) e Governo do Estado de Alagoas com os movimentos sociais para a destinação das terras da Usina Laginha e parte da Guaxuma para a Reforma Agrária; a busca de saídas efetivas para a resolução de demandas de assentamentos de famílias acampadas em áreas urbanas e rurais no estado; e o enfrentamento a todas as formas de violência contra as mulheres, através de políticas públicas, programas e medidas eficazes que combatam o feminicídio e tudo que violenta a tantas mulheres, no campo e na cidade.
Na noite da terça-feira, de volta à Praça Sinimbu, acontece a apresentação musical das “Tamboricas”, grupo de samba formado exclusivamente por mulheres, que chega para animar a noite das sem terra.
A quarta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, será marcada pelo ato unificado com as mulheres do campo e da cidade. Com concentração marcada para 15h, na Praça Centenário, as alagoanas, lado a lado com os homens trabalhadores, vão às ruas em defesa dos direitos, da dignidade humana, da igualdade de gênero, pelo fim do feminicídio e de toda forma violência que atinge a milhares de mulheres diariamente.
A Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra em Alagoas faz parte de uma agenda nacional de mobilizações das entidades sociais. As informações e atividades estão sendo divulgadas pelas redes sociais das organizações e movimentos sociais do campo do estado.
Serviço: Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra
Tema: Pela vida das mulheres, contra a fome e a violência: mulheres Sem Terra em resistência
Data: 06 a 08 de março
Horário: Entre 08h e 22h.
Local de concentração: Praça Sinimbu (Acampamento Dandaras do Campo) – Centro de Maceió/AL
Sobre: A Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra reúne camponesas de diversos municípios de Alagoas, acompanhadas por diferentes movimentos e organizações sociais, em ações como caminhadas, atos públicos, entre outras, para dar visibilidade e buscar atendimento de suas reivindicações.