1 – As Usinas e a expansão do monocultivo de cana-de-açúcar em Pernambuco são responsáveis por comprometer a Mata Atlântica remanescente no estado. Como consequência do desmatamento, o estado passou a ter o menor índice de áreas preservadas do bioma. Enquanto a média nacional é de 8%, Pernambuco possui apenas 2,7%.
2- Em 2008, o Ministério do Meio Ambiente autuou todas as 24 usinas de cana-de-açúcar de Pernambuco existentes na época, entre elas, a Usina Trapiche, por serem infratoras da legislação ambiental e responsáveis pela destruição da cobertura vegetal nativa, especialmente de Mata Atlântica, e contaminação dos cursos de água. Sem licenciamento ambiental para os plantios de cana-de-açúcar, que ocupam 30% das terras do estado, a fiscalização do Ibama constatou que
as usinas pernambucanas não respeitam as reservas legais (de 20% das propriedades, no Nordeste) e estendem as plantações às áreas de preservação permanente (APPs), especialmente às margens dos rios. As usinas foram multadas em R$ 120 milhões, sendo R$ 5 milhões para cada
3 – Em 2009, pescadores e pescadoras tradicionais denunciaram que a Usina Trapiche despejava materiais usados na lavagem da cana-de-açúcar no Rio Sirinhaém. O crime foi constatado por fiscais e técnicos do Ibama e Usina Trapiche foi multada em R$ 1 milhão de reais pelo crime que se enquadra no artigo 54 da legislação ambiental.
4 – Em abril de 2011, Tratores da Usina Trapiche foram flagrados abrindo uma estrada clandestina em Sirinhaém. Tal ato provocou destruição e desmatamento da vegetação nativa. A via, com cerca de um quilômetro, é paralela ao RiachoSibiró, e corta área de Mata Atlântica e de mangue.
5 – A Usina Trapiche é protagonista também de uma série de violações de direitos humanos protagonizadas em um conflito territorial e ambiental no estuário do Rio Sirinhaém. No local, viviam 53 famílias de pescadores tradicionais que, de acordo com o registro oral, ocupavam o local há mais de cem anos. A partir de 2008, com a aquisição da Usina pelo atual proprietário, Sr. Luiz Antônio de Andrade Bezerra, a empresa sulcroalcooleira intensificou o uso da violência para a expulsão das famílias que residiam no local, culminando na total dizimação da comunidade tradicional. As terras são área de marinha, portanto pertencem a união, mas está sob a posse da Usina Trapiche. Foi com o objetivo de solucionar o conflito que em 2006 a comunidade local, com o apoio da Comissão Pastoral da Terra e de diversas organizações sociais, solicitou ao ICMBio a criação de uma Reserva Extrativista no local. Todas as etapas necessárias para a criação da Resexjá foram concluídas, aguardando apenas o decreto de sua criação.
anexos:
Inglês
Pollution threatens families in Brazil – Amnesty International
http://www.youtube.com/watch?v=OMzIshWJgOw
Sugar Slavery (Bagaço)
Português
Última chance para a comunidade de pescadores das Ilhas de Sirinhaém
http://www.youtube.com/watch?v=k73yXdEfsxQ&feature=relmfu
Vídeo sobre a Usina Trapiche/Ilhas de Sirinhaém I: http://www.cptne2.org.br/index.php/component/hwdvideoshare/viewvideo/59/noticiario-popular/ilhas-de-sirinhaem.html?Itemid=21
Vídeo sobre a Usina Trapiche/Ilhas de Sirinhaém II:
Bagaço
Poluição – Usina Trapiche
http://www.youtube.com/watch?v=0VNjUtxiy-w&feature=em-share_video_user&noredirect=1
Textos, pesquisas
Criminalization of Human Rights Defenders, Brazil
In Pernambuco, All Sugar Mills Are Charged With Crimes Against The Environment
Brazil of Biofuels (página 37)