A Comissão Pastoral da Terra, em conjunto com trabalhadores e trabalhadoras rurais da Chapada do Apodi/RN lançam na dia de hoje, (25/01), Cartilha que relata a luta de resistência das famílias contra o Projeto de Irrigação na Chapada do Apodi, bem como as histórias de experiências de convivência com o semiárido, que tornaram a região uma das mais conhecidas do país. A Cartilha, intitulada “Aprendi outro jeito de viver” será lançada durante a celebração dos 50 anos do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi, que ocorre hoje.
A publicação foi elaborada a partir de um processo de sistematização participativa que envolveu a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e as centenas de famílias que vivem tradicionalmente nas áreas que hoje estão sob ameaça pela implementação do Projeto de Irrigação da Chapada do Apodi/RN, do DNOCS. O objetivo foi sistematizar parte da experiência vivida por estas famílias, na luta pela permanência na terra, seus aprendizados e mudança de vida a partir do momento em que fortaleceram e se organizaram para implementar medidas e experiências de convivência com o Semiárido.
A Cartilha foi elaborada a partir dos próprios depoimentos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Nela, estão contidos o cenário e contexto da Região, as lembranças de como as famílias viviam antes do envolvimento com as experiência de convivência com o Semiárido, a luta contra os grandes empreedimentos e os agrotóxicos; o dia-a dia e as experiências mais implementadas na região. A experiência da luta das famílias da Chapada do Apodi está repleta de aprendizagens que devem ser disseminadas, como um grande exemplo de ação transformadora, para os povos da terra que se encontram em luta pela garantia de seus territórios, pela convivência com o Semiárido e para produzir alimentos saudáveis
O processo de sistematização participativa durou cerca de dois anos e também foi realizado em mais cinco comunidades camponesas nos estados da Bahia, Pernambuco e Minas Gerais. O resultado será a publicação de uma série de cartilhas que retratam as diversas experiências de luta pela terra e pelo território sistematizada: comunidade de fundo de Pasto Areia Grande e comunidade quilombola Barra de Parateca, no estado da Bahia; comunidade de vazanteiros Pau Preto, em Minas Gerais; as famílias sem terras na luta pela conquista do engenho Prado, zona da mata pernambucana, além da comunidade quilombola de Castainho, em Pernambuco.
A iniciativa da sistematização faz parte das ações da CPT voltadas para a defesa dos diretos das comunidades tradicionais. A Cartilha está disponível em versão virtual e em breve será disponibilizada em versão impressa.
Em breve, estará disponível a versão digital da cartilha, na integra.