Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

 

Neste domingo, dia 01/12, a Comissão Pastoral da Terra recebeu denúncia de que a Usina Trapiche – através de sua funcionária Evânia Freire da Silva e cinco seguranças privados - destruiu e incendiou, neste ultimo sábado, dia 30/11, barraca de palha de pescadora tradicional situada nas proximidades do manguezal do estuário do Rio Sirinhaém, localizado no município de mesmo nome, em Pernambuco.

 

De acordo com a denúncia feita pela pescadora Maria de Nazareth, o grupo chegou nas Ilhas de Sirinhaém com armas em punho. “Tocaram fogo no barraco de pesca, e ainda apontaram armas de fogo pra mim. Queimaram até meus documentos”. Ainda segundo informações fornecidas à CPT, a funcionária da Usina portava dois revolveres na ocasião.

 

A barraca de palha que estava localizada próximo ao mangue, servia como um apoio para a pescadora desempenhar a atividade pesqueira no estuário, guardar a pesca e os instrumentos de trabalho. A estrutura improvisada também servia como abrigo para o sol, chuva e para aguardar o intervalo das marés.

 

Esta não é a primeira vez que a Usina Trapiche age violentamente contra os pescadores e pescadoras da região. O fato ocorrido neste último sábado tem se tornado uma frequente por parte da administração da Usina. No ano passado, a pescadora já havia denunciado à Justiça local destruição de barracas de pescadores tradicionais. Mas mesmo sendo levado ao conhecimento destas instâncias, a Usina não se sentiu inibida em protagonizar ações de violência e o fato torna-se a repetir.

 

Desde a década de 1980, a área em questão, as Ilhas de Sirinhaém, é palco de um conflito territorial que envolve uma comunidade de pescadores tradicionais e a Usina Trapiche. Atualmente é reivindicada pelos pescadores e pescadoras tradicionais para que seja transformada em uma Reserva Extrativista (Resex). Todos os processos e estudos necessários para a criação de uma Resex no local já foram concluídos pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) desde 2009, de lá até hoje, o processo encontra-se completamente paralisado aguardando apenas um decreto presidencial. Para acompanhar as últimas noticias sobre o Conflito nas Ilhas de Sirinhaém, clique aqui.

 

Foto: Plácido Júnior/ Arquivo da CPT - foto tirada, em 2012, na ocasião em que a Usina Trapiche, através de seus funcionários, destruíram e incendiaram barracas de pescadores tradicionais nas Ilhas de Sirinhaém. O fato tornou-se a repetir várias vezes depois.

 

Outras informações:

Comissão Pastoral da Terra - Regional Nordeste II

Renata Albuquerque

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Plácido Júnior

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