Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

A Comissão Pastoral da Terra da Arquidiocese da Paraíba, em parceria com as Paróquias de São Felix (Cidade Salgado de São Felix) e Nossa Senhora da Conceição (Itabaiana) realizaram na noite do dia 20 até o dia 21, a 24ª Romaria da Terra e das Águas da Paraíba.

 

Com o tema: “A natureza clama por justiça” e o lema: Os Rios choram suas mortes, a Romaria foi um ato de denúncia às práticas abusivas da extração de areias do Rio Paraíba, um dos principais do Estado e de grande importância econômica, social e cultural. Mais de seis mil romeiros e romeiras estiveram presentes na celebração e caminharam às margens do Rio num gesto de solidariedade e, ao mesmo tempo, de protesto.

 

A Romaria teve início às 19h do dia 20, com a acolhida e animação dos e das participantes. Às 22h, iniciou-se a celebração, que foi presidida pelo Padre Dorgival, vigário da Paroquia de Itabaiana e animador regional do Agreste. Durante o percurso de 12 km da Romaria, foram realizadas duas paradas para descanso e reabastecimento das energias dos romeiros e romeiras. A primeira parada foi organizada pelos jovens, que retrataram as consequências da devastação do Rio. A segunda, foi de animação artística com os repentistas do agreste e as cirandeiras do litoral sul. A Romaria terminou na Praça da Matriz de Nossa Senhora da Conceição às 05h do dia 21, com uma apresentação do grupo de jovens e benção final do Padre Dorgival.

 

Preparativos e mobilização para a Romaria

Um grupo de missionários e missionarias, formado pela equipe da CPT, frades Franciscanos e as irmãs Franciscanas, passaram a semana do dia 15 ao dia 18 de outubro visitando as comunidades ribeirinhas e conversando sobre a situação do Rio Paraíba e sobre a Romaria da Terra. Durante a missão foram visitadas aproximadamente 5 mil residências e cerca de 10 escolas, onde as missionárias e missionários provocaram o diálogo com a comunidade sobre a realidade do rio.

 

 

O Clamor do Rio Paraíba

Segundo informações do Fórum de Preservação do Rio Paraíba, só nesse corpo d’água já foram retiradas, nos últimos 20 anos, mais de 700 milhões de toneladas de areia, por 30 empresas que exploram o leito do rio. A CPT denunciou, durante a romaria, que as empresas exploram o rio Paraíba, de forma indiscriminada, numa área de 300 km, nos municípios de Salgado de São Félix, Mogeiro, Itabaiana, São José dos Ramos, Pilar, São Miguel de Taipu, Cruz do Espírito Santo e Santa Rita.

 

A mesma situação acontece com o rio Mamanguape, onde várias empresas estão atuando de forma ilegal, até mesmo afetando áreas de assentamentos da reforma agrária, sem autorização do Incra. Com a retirada de areia, os rios estão morrendo. As terras das famílias de agricultores familiares estão sendo reduzidas, já que as margens dos quais são enlarguecidas, por força da ação humana, que visa o lucro com a retirada indiscriminada de areia. Além disso, a fauna e flora estão sendo dizimadas”, disse a irmã Tânia em entrevista ao Incra.

 

Fonte: CPT NE II, com informações da CPT PB e do Incra PB

Imagens: Do Arquivo CPT PB

 

 

Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

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