Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

 

 

Cerca de 60 famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra, acampados na fazenda Retirada, localizada no município de Caaporã/PB, terão até o dia 1 de agosto para desocuparem o local. A decisão é fruto de uma liminar de reintegração de posse expedida no último dia 17 de julho pela Juíza da Comarca de Caaporã, a Drª Daniere Ferreira, em favor da proprietária das terras, a Usina Gruangi S/A, de Pernambuco.

 

 

 

A reintegração de posse seria executada ainda no dia 17, mas não aconteceu. Na ocasião, chegaram para cumprir o mandato o Tenente Coronel Jerônimo, Coordenador do Gerenciamento de Crise de Conflitos Agrários e o Coronel Benevides, Comandante do Comando de Polícia de Alhandra, acompanhados de Oficiais de Justiça e empregados da Usina. Entretanto, com a resistência das famílias acampadas e com o apoio da Comissão Pastoral da Terra e outras entidades de Direitos Humanos, o despejo não aconteceu.

As famílias encontram-se acampadas nas terras pertencentes à Usina desde o dia 4 de junho e já plantara uma média de 30 hectares de lavoura. Os trabalhadores que ocuparam a terra são filhos dos agricultores do assentamento Capim de Cheiro (também no município de Caaporã), alguns trabalham nas lavouras dos pais e outros são empregados da Usina. De acordo com as famílias, a ocupação da terra foi motivada porque além da área ser improdutiva, a empresa não paga os salários dos trabalhadores há quatro meses. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já solicitou a certidão da propriedade em cartório e aguarda o resultado para apresentar uma proposta para a Usina.

Com a ocupação nas terras da Gruangi, os trabalhadores e trabalhadoras denunciam também que as práticas de utilização de agrotóxicos na cana-de-açúcar está afetando as produções agroecológicas dos assentados e contaminando a água consumida pelas famílias. Um diagnóstico realizado pela Secretaria de Saúde do Estado e do Município já constatou que a água consumida pelos agricultores é contaminada por agrotóxicos. As famílias ainda denunciam que a Empresa cultiva em área acidentada e que com as fortes chuvas caídas nos últimos anos estão derrubando barreiras e assoreando o único rio que banha as terras do assentamento.

 

 Imagem: As famílias encontram-se acampadas nas terras pertencentes à Usina desde
 o dia 4 de junho e já plantara uma média de 30 hectares de lavoura. 

 

Fotos: Comissão Pastoral da Terra/ PB

Outras informações:
Tânia Maria
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